Entrevistas de JoaQuim Gouveia

29
Out 13

 

“O CONCEITO DE FAMÍLIA ESTÁ A SER VANDALIZADO”

 

O Dr. José Paulo Pereira é um reconhecido osteopata nascido no bairro de Tróino, em Setúbal e companheiro na infância de filhos de pescadores com os quais brincou e cresceu. Setúbal foi mesmo o seu primeiro amor e na Marinha, teve o seu primeiro emprego. Para si o mundo é uma empresa dirigida por pessoas destruidoras de sonhos e o conceito de família está a ser vandalizado. É um homem de fé, crente em Deus e acredita que não há forma para resolver a crise que é despoletada para sustentar determinados sistemas. O seu destino de eleição é o Cambodja, o seu livro a Bíblia e o seu prato Tofú à Zé do Pipo

 

 

Como foi a sua infância?

Nasci no Hospital de Setúbal e vivi no Bairro de Tróino, na avenida Luísa Todi, perto das antigas fábricas do peixe. Convivi com pescadores e muitos amigos com quem brinquei bastante. Andei na escola primária da Reboreda. Era um aluno razoável.

 

O primeiro amor…

Setúbal

 

E o primeiro emprego…

Foi na Marinha, como voluntário aos 17 anos. O primeiro ordenado foi de dois mil e duzentos escudos

Como é a sua casa? Como a define?

É um local calmo de recolhimento. É o meu refúgio para o descanso, onde recebo a família e os amigos. É um mundo à parte das desgraças que acontecem aí fora

 

O que pensa do mundo?

O mundo transformou-se numa empresa para servir meia dúzia de pessoas destruidoras de sonhos. Neste momento estamos a assistir a uma verdadeira escravatura dos tempos modernos. O conceito de família está a ser completamente vandalizado com novos conceitos. Conceito da libertinagem, da falta de princípios, da falta de camaradagem e do conceito família com pai mãe e filhos. Estamos a caminhar para mundo completamente anárquico, no que diz respeito aos pilares fundamentais da nossa sociedade que são a família, onde se estão a perder os princípios e os valores que fundamentam a nossa sociedade.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sim. Eu ainda não fiz tudo mas, o que fiz dá-me um grau de realização humana e profissional bastante aceitável.

 

Como se resolve a crise?

Não há fórmula para a resolver porque as crises são despoletadas para sustentar determinados sistemas. As crises são dinâmicas. O mundo é das empresas e as crises a elas estão associadas. As crises, como disse, são despoletadas pelas empresas quando têm necessidade de se fixar nalgum local com novas condições, geralmente, piores para a população. As empresas chegam aos países oferecendo condições precárias, normalmente aceites pela gritante falta de trabalho e salários. Quando os salários e as condições de vida das pessoas chegam a um determinado patamar as empresas vão embora deixando atrás um rasto de miséria indo à procura de outras paragens onde possam aproveitar as fragilidades das populações locais com o objetivo principal da exploração.

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Tenho a convicção plena de que foi Deus, quem criou o Homem. Há coisas que não se explicam vivem-se. Por muito boas que sejam as sardinhas e eu lhe tente explica o sabor, só vai saber se são boas ou se a experiência em comer é fabulosa se as provar. Mesmo assim depende como são assadas, servidas e depende também da qualidade do acompanhamento. A Palavra é só uma e verdadeira, a forma como é transmitida é que pode ser variada e deturpada e isso faz com que tenhamos algumas reticências em acreditar que existe um Deus que nos criou.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Há sempre coisas que mudaria. Utilizo o passado para não cometer erros no futuro e não para me martirizar

 

 Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Sou licenciado em osteopatia e tenho formação em naturopatia. Sou proprietário de duas lojas “Celeiro do Campo”, uma das quais em Setúbal , que para além de vender produtos naturais tem um restaurante vegetariano. Neste momento sou, também, presidente da Federação Portuguesa de Osteopatas, presidente da Associação Colegial de Osteopatas,  director do Instituto Novas Terapêuticas, da Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches Universidade Lusófona, director do Departamento das Terapias não Convencionais da Universidade Lusófona do Porto e Diretor Clínico da Unidade de Medicina Não Convencional da Clínica São João de Deus do Grupo São João de Deus Saúde. No futuro quero implementar todos os cursos de terapêuticas não convencionais dentro do grupo Lusófona em Portugal e nos países de língua portuguesa onde a universidade está implantada. Quero ainda desenvolver o centro de Investigação e um Centro de Estágio na Clínica S. João de Deus que já se encontra numa fase avançada de implementação. Tenho desenvolvido, por outro lado, trabalho de regulamentação nesta área da saúde, em Portugal e na Europa onde integro algumas organizações profissionais europeias.

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Cambodja

 

Um livro

A Bíblia

 

Uma música

Fado

 

Um ídolo

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 22:56

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