Entrevistas de JoaQuim Gouveia

03
Dez 13

 

“A CULTURA PODE VENCER A CRISE”

 

O Dr. Mendonça Costa é um conhecido advogado da cidade de Setúbal. Está ligado às fraturas sociais e assiste, a cada dia, ao drama das dívidas, das insolvências e do trabalho. Nasceu numa pequena aldeia açoriana, trabalhou com as vacas e brincou com muitos amigos numa infância que considera ter sido feliz. Para si a cultura é a base da humanização e a solução para vencer a crise mundial. Como é otimista não prevê confrontos bélicos nos próximos tempos. Jesus Cristo e Karl Marx são os seus ídolos. Gostaria de ter sido jornalista independente

 

Como foi a sua infância?

Nasci em S. Miguel, nos Açores, numa aldeia que fica no calcanhar da ilha: lomba da Fazenda – Nordeste. Até à escola primária foi uma infância trabalhando com os meus pais nas vacas. Claro que brincava também com os meus amigos nas horas vagas. As brincadeiras eram relacionadas com a vida rural como fugir à escola, armar aos pássaros e outras. Tinha muitos amigos. Foi, em suma, uma infância feliz. Curiosamente nasci numa véspera de Natal

 

O primeiro amor…

Tinha 14 anos. Era uma rapariga muito gira. Foi um namoro que durou cerca de 2 anos, um amor de estudante

 

E o primeiro emprego…

Na Junta Autónoma do Porto de Ponta Delgada, como empregado de escritório. Ganhava 45 escudos por dia

Como é a sua casa? Como a define?

Uma casa típica de médio burguês urbano. Tem aquecimento, elevador e garagem. Está situada numa zona nobre da cidade de Setúbal. É uma casa sem luxos especiais mas com muito conforto

 

O que pensa do mundo?

O mundo que nos envolve é perigoso. Está equilibrado por pequenos fios ligados a uma globalização comunicacional que tem evitado a confrontação de interesses mundiais. Como sou positivo e otimista tenho expetativas de que não haverá confrontações bélicas nos próximos tempos

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sou uma pessoa feliz, sinto-me realizado embora esteja sempre à espera de mais perfeição e entrega às causas sociais

 

Como se resolve a crise?

Só se pode resolver pela neutralização da exploração do Homem pelo Homem. Os caminhos para lá chegar podem ser dois: pela guerra ou pela cultura. A minha opção é o da cultura que evitará a deflagração de um conflito mundial. Para mim essa será sempre a melhor opção

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Foi o Homem, quem criou Deus, pela necessidade de se viver em sociedade e haver sempre lugar para uma justificação para a sua crença. A minha convicção é a de que baseando-nos, nos ensinamentos históricos a humanidade vem evoluíndo desde a escravatura até à sua libertação total e esse caminho tem sido uma luta de classes. A classe dominante será dominada para dar lugar a outra classe. Por isso penso que o caminho da libertação pode fazer-se pela cultura ou pela confrontação. Deus, aqui só entra por crença

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Mudaria algumas coisas. Sobretudo teria uma dedicação mais determinada à cultura. Gostaria de ser jornalista independente

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Sou advogado ligado ás fraturas sociais na área do trabalho, da insolvência e das dívidas. Ainda espero trabalhar mais alguns anos na advocacia. Brevemente vou ser eleito para o Conselho Deontológico da Ordem dos Advogados, atividade que espero desenvolver com afinco para que haja credibilidade na profissão

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Israel

 

Um livro

A mensagem (Fernando Pessoa)

 

Uma música

Messias (Haendell)

 

Um ídolo

Jesus Cristo e Karl Marx

 

Um prato

Chanfana

 

Um conceito

Equilíbrio

publicado por Joaquim Gouveia às 05:59

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