Entrevistas de JoaQuim Gouveia

06
Jan 18

“CONSIDERO-ME UMA PESSOA FELIZ”

Foto.jpg

Carla Lança é fadista por amor à arte. Gostava de ser artista profissional mas por enquanto esse objetivo não é fácil de concretizar. Por isso tem o seu emprego porque ninguém vive apenas dos sonhos. Nasceu e cresceu num bairro social de Setúbal, onde a palavra solidariedade encontra raízes profundas. A sua casa é um porto de abrigo que alberga uma família unida e cúmplice. Pensa que o mundo está cheio de invejas e energias negativas. Sente-se cansada de certas pessoas e se lhe for possível quer viver até aos 100 anos. Gostava de gravar um disco só com temas inéditos. Adora o Brasil, gosta de ler Nicholas Spark e não dispensa bacalhau com broa.

 

Como foi a sua infância?

Foi uma infância feliz. Tenho boas recordações. Nasci e cresci num bairro social onde existia preocupação entre os moradores e solidariedade. Os vizinhos socorriam-se. Lembro-me de andar de porta em porta para angariar dinheiro para o funeral de uma vizinha. Na escola fui boa aluna. Nunca dei problemas aos meus pais. Eles estiveram sempre muito presentes. O meu pai faleceu quando eu tinha 18 anos mas lembro-me de ele ser um homem muito presente. Brincávamos na rua. Fazíamos fogueiras pelos santos populares.

 

O primeiro amor...

Aos 15 anos. Não foi uma experiência agradável mas, no entanto, fez-me crescer.

 

O primeiro emprego...

Na Grula, em Palmela. Ganhava quarenta e seis contos. Quando recebi o primeiro ordenado não sabia o que fazer a tanto dinheiro.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É o melhor cantinho do mundo, o meu porto de abrigo. É uma casa simples onde reina o amor e a compreensão. Somos uma família cúmplice.

 

O que pensa do mundo?

Estou cansada de certas pessoas. Falta-me a paciência. Acho que há muita energia negativa, muita inveja e muita falta de tolerância. Adoro viver e quero chegar até aos 100 anos. A vida é bonita mas as pessoas nem sempre a sabem viver na plenitude. Considero-me uma pessoa feliz.

 

Sente-se realizada humana e profissionalmente?

Profissionalmente não. Se pudesse fazer do fado a minha profissão então estaria realizada. Como pessoa estou realizada. Gosto muito de mim. Não sou perfeita mas faço de tudo para evoluir e ser feliz.

  

Como se resolve a crise?

A económica não se resolve porque há muitos interesses. Acredito que também há uma crise de valores e essa também não se resolve. As pessoas são muito materialistas e egoístas.

Criança.jpg

Deus criou o homem, ou foi o homem que criou Deus?

Tenho a minha fé. Sou crente apesar das questões que levanto relativamente a Deus. Acredito numa força superior.

 

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Mudaria a minha entrega a certas e determinadas pessoas e situações. Penso que deveria ter investido mais na minha formação académica.

 

O que faz no presente e que projetos tem para o futuro?

Sou fadista e trabalho numa empresa do ramo alimentar. Quero levar a minha carreira o mais longe possível. Gostava de voltar a gravar um disco, desta vez só com temas inéditos. A nível profissional tenho esperança de encontrar uma situação mais favorável.

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Brasil

 

Livro

As palavras que nunca te direi (Nicholas Spark)

 

Uma música

Aguenta coração (José Augusto)

 

Um ídolo

A minha filha

 

Um prato

Bacalhau com broa

 

Um conceito

Viver cada momento

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 17:50

Janeiro 2018
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6

7
8
9
10
11
12
13

14
15
16
17
18
19
20

21
22
23
24
25
26
27

28
29
30
31


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

arquivos
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO