Entrevistas de JoaQuim Gouveia

17
Abr 20

 

Foto.jpg

“DEUS É ENERGIA EQUILIBRADORA DO UNIVERSO”

Carlos de Sousa foi presidente das Câmaras Municipais de Palmela e Setúbal. Hoje continua em lugar de presidência mas em instituições de vertente social. Para si o mundo vive hoje momentos de confusão e os europeus são poucos sensíveis à desgraça dos refugiados. Sente-se um homem realizado e é crente em Deus, como energia criadora do Homem e equilibradora do Universo. Para si os humanos têm uma missão na Terra e um livre arbítrio. É admirador da obra de Jesus Cristo, que diz ser o maior revolucionário de todos os tempos.

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Alcântara, a 18 de Junho de 1951, na rua da Cruz. Com um ano os meus pais mudaram-se para a travessa do Guarda-Jóias, na Ajuda e aí fiquei 23 anos. Foi uma infância feliz, diversificada e dedicada á família. Passava as férias numa quinta dos meus avós na Venda do Pinheiro. Na escola fui um aluno médio com notas necessárias para passar os anos. Não gostava de decorar tinha que compreender as coisas.

O primeiro amor…

Andava na escola primária no Restelo e na 4ª classe. Tive uma paixão por uma colega que morava perto do jardim Botânico, em Belém. O coração batia-me mais rápido. Penso que ela era da família da Maria Lamas.

E o primeiro emprego…

Na Lisnave, de 1973 a 1979. Iniciei-me nas lides informáticas.

Como é a sua casa? Como a define?

É a minha casa de Palmela, onde tenho a minha mulher, os meus filhos e os meus animais. É uma casa tranquila, cómoda e sossegada.


O que pensa do Mundo?

Está uma confusão e não querendo ser cético nos meus 67 anos de idade parece-me que nos últimos 30/40 anos as coisas não têm melhorado. Como é que é possível que os Estados Unidos tenham um presidente que gere o país através do twitter. Estamos a atravessar tempos confusos e dramáticos. Quando as desgraças têm uma cor escura (África e refugiados), pelo menos os europeus ligam muito pouco, são insensíveis àquela dor.

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Há uns anos atrás dizia aos amigos que se morresse agora morria de “papo cheio”, porque 6 filhos, um percurso profissional político e empresarial e agora na vertente social tornam-me uma pessoa muito rica de experiências. É um privilégio.

Como se resolve a crise?

A nacional tem parecenças com a do mundo. O que resta é a individualidade humana e isso verificamos nos exemplos pelo mundo. Enquanto não houver o aperfeiçoamento espiritual do ser humano vamos continuar a ter o mesmo tipo de problemas que temos já há muitos anos e que acontecem em todo o tipo de organizações.

Foto bebé jpeg.jpg

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Acredito em Deus enquanto energia equilibradora do Universo e acredito que cada ser humano tem uma missão na terra, só que cada um de nós tem um livre arbítrio. Deus criou o Homem do ponto de vista energético.

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Como acredito que o percurso que tive fez parte de um caminho que me foi traçado não mudaria esse caminho.

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente do Centro Social de Palmela e do Centro Jovem Tabor. Enfim, uma fase da vida dedicada às questões sociais. Penso que este será o meu caminho no futuro.

CAIXA DAS PALAVRAS

Um destino:

Brasil

Um Livro:

Bíblia

Uma Música:

Musica Céltica

Um Ídolo:

Admiro Jesus Cristo (maior revolucionário de todos os tempos)

Um prato:

Massacotes grelhados

Um conceito:

Em tudo amor e servir

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 17:59

28
Jan 19

Foto.jpg

 

“ESTAMOS A VIVER NUMA ÉPOCA DE EGOÍSMO”

 

Luis Profano é presidente da Associação de Moradores do casal das Figueiras. Nasceu e cresceu em ambiente solidário naquele bairro. Começou a trabalhar com apenas 14 anos na chapelaria Mendes, para ajudar a família. Sobre o mundo pensa que estamos a viver num tempo de algum egoísmo e afastamento entre as pessoas. Para si a crise resolvia-se com boa vontade dos políticos. Não se arrepende do seu passado porque se considera uma pessoa feliz. Gostou de ler “20.000 mil léguas submarinas”, o seu avô é o seu ídolo e prima pela honestidade.

 

Como foi a sua infância?

Nasci no Casal das Figueiras e fui criado neste bairro. Frequentei a escola primária do Viso, com o professor Santos. Fui um aluno razoável. Tinha muita brincadeira com os meus amigos. Havia alturas em que brincávamos mais, geralmente nas férias. Antigamente tínhamos tempo para brincar o que não acontece com as crianças de hoje. Os telemóveis e os computadores retiraram a convivência que nós tínhamos. Hoje há pouca convivência entre os mais novos.

 

O primeiro amor…

Foi com uma colega de escola. Eu devia ter 8 anos. Foi um namoro de crianças. Era giro dizermos que tínhamos uma namorada.

 

E o primeiro emprego…

Na chapelaria Mendes. Tinha 14 anos. Não me recordo de quanto ganhava.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa humilde. Tem o que é necessário para se viver com conforto e dignidade. É uma casa familiar.

 

O que pensa do Mundo?

Penso que estamos a viver numa época de algum egoísmo porque já não existe muito convívio entre as pessoas como havia antigamente. Lembro-me quando era miúdo havia partilha no meu bairro entre as pessoas que eram pobres mas solidárias. A evolução provocou este afastamento entre as pessoas.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sim. Sempre tentei contribuir para o meu bairro e estou feliz por o ter conseguido. Profissionalmente tive um percurso muito bom. Nunca me faltou trabalho e hoje sou funcionário da EDP.

 

Como se resolve a crise?

Quem faz a crise são os políticos. Existem muitas coisas que se resolviam se houvesse vontade politica. Não tenho partido mas costumo votar em quem acredito. Se os políticos tivessem boa vontade a crise resolvia-se.

 

Foto criança.jpg

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Sou católico não praticante. Não posso dizer que acredito em Deus, mas acredito em Jesus. Acho que há algo mas não sei se é Deus, ou outra entidade qualquer.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Pouco ou nada. Tenho um casamento feliz, uma filha que adoro e tenho trabalho e saúde. Não me arrependo do meu passado.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente da Associação de Moradores do bairro Casal das Figueiras e trabalho na EDP, onde penso continuar até à minha reforma. Se continuar na direção da associação vou tentar resolver alguns problemas do bairro.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Brasil

 

Um Livro:

20.000 Léguas Submarinas (Júlio Verne)

 

Uma Música:

Elvis Presley

 

Um Ídolo:

O meu avô

 

Um prato:

Peixe assado

 

Um conceito:

Honestidade

 

PUBFB.jpg

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 13:00

25
Jan 19

Com o apoio do HOTEL DO SADO

 

Foto.jpg

 

“TENTO FAZER A MINHA PARTE PELO MUNDO”

 

Olga Xufre é presidente do Núcleo Bicross de Setúbal. Professora do 2º ciclo gosta da sua profissão apesar de reconhecer que está cada vez mais desvalorizada. Nasceu no bairro salgado, onde brincou e andou à escola. Com 16 anos trabalhou num talho para dar valor ao dinheiro. Pensa que o mundo é maravilhoso mas o ser humano não o aproveita da melhor maneira. Acredita em Deus, como força superior que é, também, amor. Gostava de viajar até Nova Iorque, está a ler Helena Sacadura Cabral e o seu prato preferido é bacalhau.

 

Como foi a sua infância?

Sou natural de Setúbal. Nasci no bairro Salgado e tive uma infância feliz num tempo em que se podia brincar na rua. Jogava à bola, à apanhada, às escondidas e outras brincadeiras. Frequentei a escola do bairro. Fui uma boa aluna embora muito irrequieta e reguila. Tenho memórias de infância passadas com os meus pais e a minha irmã.

 

O primeiro amor…

Tive vários namoricos inconsequentes mas o meu primeiro amor foi aos 15 anos por um colega de escola.

 

E o primeiro emprego…

Tinha 16 anos e foi num talho no Mercado do Livramento para dar valor ao dinheiro. Penso que ganhava 5 contos por semana.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa familiar, acolhedora e que tem boas memórias. Foi o meu pai que a construiu. Era uma casa familiar mas hoje só lá estou eu com a minha família.

 

O que pensa do Mundo?

Acho que o mundo é bom mas os homens não sabem lidar com ele e cada vez há mais perigos e tenho medo do futuro para os meus filhos. Ao mesmo tempo o mundo é maravilhoso é pena que o Homem não o saiba aproveitar e o esteja a destruir cada vez mais. Eu tento fazer a minha parte.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sim. Sou professora e como profissional sinto-me realizada apesar da nossa profissão ser cada vez mais desvalorizada. Humanamente sou uma mulher realizada, com dois filhos maravilhosos e saudáveis que me dão bons motivos de orgulho.

 

Como se resolve a crise?

A crise não se resolve, vai-se resolvendo a pouco e pouco. A crise foi feita pela ganância das pessoas. E começa na nossa casa. Basta que cada um faça algo para ajudar o próximo.

 

Foto criança.jpg

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Ambos. Acredito numa força superior que é o amor e a que os homens chamam Deus. Faço as minhas orações maioritariamente para agradecer e acho que esse Deus criou-nos à sua imagem. Mas o Homem sempre teve necessidade de justificar os fenómenos que não controla como os da natureza e a própria maldade que existe em si e daí haver Deus e o diabo.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Não mudaria nada. Tudo o que fiz e o que passei trouxeram-me onde estou hoje e a ser o que sou.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente do Núcleo Bicross de Setúbal, professora do 2º ciclo e mãe. No futuro pretendo continuar a dar o meu melhor a todas as causas onde estiver envolvida.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Nova York

 

Um Livro:

O sal da vida (Helena Sacadura Cabral)

 

Uma Música:

Queen

 

Um Ídolo:

Não tenho

 

Um prato:

Bacalhau

 

Um conceito:

Fazer o bem sem nos deixar pisar

 

PUBFB.jpg

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 13:16

24
Jan 19

Foto.jpg

 

“SEMPRE LUTEI PELA PAZ NO MUNDO”

 

José Silva é presidente do Clube Cultural Desportivo e Recreativo das Curvas. Nasceu na Estefanilha e tem boas recordações de infância apesar de ajudar bastante os pais na agricultura e de ter pouco tempo para brincadeiras. Diz-se um homem que luta por ideais de melhor vida e conforto para o mundo e para todos e pela paz. Pensa que a crise apenas se resolve com a distribuição da riqueza. Não sabe quem criou o Homem, nem quem criou Deus. Gosta de ouvir Beatles, não tem ídolos e não dispensa uma boa feijoada.

 

Como foi a sua infância?

Nasci na Estefanilha, Curvas, na freguesia de S. Sebastião. Tenho boas recordações da infância. Sempre me considerei uma criança feliz mesmo quando brincava sozinho. Naquela altura já ajudávamos os nossos pais nas tarefas do trabalho agrícola. Havia pouco tempo para brincar. Os tempos eram difíceis. O trabalho era de solo a solo. Fiz a quarta classe na escola das Curvas. Fui um bom aluno. Com 10 anos estava despachado da escola primária.

 

O primeiro amor…

Foi com uma rapariga das Manteigadas. Namorámos 3 anos. Depois conheci a minha esposa após regressar da tropa.

 

E o primeiro emprego…

No Noé Isidro de Sousa, que era uma mercearia na rua de Antão Girão, em Setúbal. Tinha 16 anos. Penso que ganhava 250 escudos por mês.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa familiar. Foi construída por mim e pela minha esposa com a ajuda de amigos. É uma casa grande e muito confortável. Fica na Quinta do Jorge, na Estefanilha.

 

O que pensa do Mundo?

Sempre lutei por ideais, por coisas melhores para o mundo como a paz e as pessoas terem melhores condições de vida. Tento contribuir com o melhor possível para um mundo diferente, mais justo e fraterno para todos. Cada vez há mais pobres e mais ricos. Há muita desigualdade no mundo.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sinto-me. Tenho uma família estável e feliz. Lutamos para que nada nos falte. Estou reformado. Tinha uma empresa que passei para o meu filho.

 

Como se resolve a crise?

Tem que haver mais igualdade em termos salariais nas classes trabalhadoras para que se sintam mais felizes. Tem que haver distribuição da riqueza por todos.

 

Foto jovem.jpg

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

A minha religião é católica mas não sou praticante embora pense que as religiões não mandem as pessoas matarem-se umas às outras. Não sei quem criou o Homem, nem quem criou Deus.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Possivelmente algumas coisas. Algumas decisões não teria tomado e outras teria tomado de forma diferente. Só sabemos o passado. Ainda não há adivinhos.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente do Clube Cultural Desportivo e Recreativo das Curvas e sou reformado. Vou continuar na direção do clube mas noutras funções.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Cuba

 

Um Livro:

Leio jornais

 

Uma Música:

Beatles

 

Um Ídolo:

O meu pai

 

Um prato:

Feijoada

 

Um conceito:

Integridade e honestidade

 

PUBFB.jpg

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 14:57

23
Jan 19

Com o apoio do HOTEL DO SADO

 

Foto.jpg

 

“SOU RELIGIOSAMENTE ATEU”

 

Júlio Amândio é presidente do Remo Clube Lusitano. Parte da sua infância foi passada no bairro Amarelo da Bela Vista, onde brincou com crianças de várias etnias e cores. Para si a casa é o local obrigatório para se dormir porque a vida faz-se na rua. Pensa que o mundo é simples, justo e maravilhoso e tende para estar sempre em equilíbrio. No imediato debate-se com um problema de saúde mas não deixa de afirmar que o tempo nunca chega para aproveitar todos os contornos da vida. Diz-se religiosamente ateu. Gostou de ler o “Principezinho”, adora Setúbal e choco frito.

 

Como foi a sua infância?

Sou natural de Setúbal, do bairro Amarelo da Bela Vista. Depois fui morar para o Faralhão. Tenho a recordação de puder brincar na rua durante a minha infância com toda a gente de todas as raças e etnias. Éramos todos crianças. Ia para a escola a pé. A escola primária foi muito boa, gostei bastante de a frequentar. Era a escola do Bairro Santos Nicolau. Lembro-me de uma árvore que havia no recreio. Brincava bastante.

 

O primeiro amor…

O meu filho quando nasceu. É o primeiro e o maior amor. É incomparável.

 

E o primeiro emprego…

No Clube Naval Setubalense, a vender senhas para os barcos que desciam na grua para o rio. Tinha 15 anos. Não me lembro de quanto ganhava.

 

Como é a sua casa? Como a define?

Pequena e acolhedora. Passo pouco tempo em casa. A casa é o espaço obrigatório que temos para dormir. A vida é na rua.

 

O que pensa do Mundo?

É a nossa casa. O mundo é mais simples do que aquilo que o vemos. A vida é simples nós é que a complicamos. O mundo também não é injusto, injustas são as pessoas. O mundo é maravilhoso e tende para estar sempre em equilíbrio. Adoro o mundo e gosto bastante de viver. O tempo nunca chega.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Bastante. Vivo rodeado de crianças e uma delas fez-me essa pergunta. Respondi que bastava olhar à minha volta e ver o grupo de jovens felizes, entre eles o meu filho, para perceber que não podia estar melhor. Faço o que gosto, estou onde quero, com quem quero e com pessoas que partilham uma visão do mundo de alegria e de paz a todas as horas.

 

Como se resolve a crise?

Enquanto existirem seres humanos há-de existir desigualdade. Para mim há uma crise de valores e de prioridades acima de tudo e isso só se resolve com uma educação forte.

 

Foto criança.jpg

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Sou religiosamente ateu. Foi o Homem quem criou os seus deuses. Faço o que está correto na hora. Essa é a minha religião.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Mudaria a capacidade que tive para voltar atrás e para não mudar nada porque o que fiz trouxe-me até onde estou hoje.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente do Remo Clube Lusitano, sou licenciado em desporto e estou a terminar o curso de fisioterapia. Neste momento estou numa fase de “intervalo” para tratar um linfoma com o qual me debato há algum tempo.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Setúbal

 

Um Livro:

Principezinho (Saint Éxuperi)

 

Uma Música:

The show must go on (Queen)

 

Um Ídolo:

O meu filho

 

Um prato:

Choco frito

 

Um conceito:

Aproveita cada segundo

 

PUBFB.jpg

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 09:21

22
Jan 19

Com o apoio do HOTEL DO SADO

 

Foto.jpg

 

“FUI AUTARCA E PUGNEI PELO BEM ESTAR DE TODOS”

 

Manuel Aguiar é o presidente da Associação de Atletismo de Setúbal. Oriundo do Ribatejo nasceu num meio rural onde frequentou a escola e brincou bastante. Começou a trabalhar numa taberna com apenas 13 anos de idade. Tem a ideia de que a evolução está a criar problemas ao mundo como a poluição ou as guerras. Para si a crise resolve-se distribuindo melhor os rendimentos. Sente-se um homem realizado e pretende manter-se ao serviço da associação para continuar a contribuir para o desenvolvimento da modalidade. Gosta de música portuguesa e não tem ídolos.

 

Como foi a sua infância?

Sou natural de Calhandriz, na freguesia de Vila Franca de Xira. Nasci num meio rural. Os meus pais tinham terrenos de produção agrícola. Na escola fui um aluno médio e frequentei a escola daquela povoação. Brincávamos pelos terrenos e na altura da debulha a brincadeira era muita. Tive uma infância feliz e bastante normal sem razões de queixa.

 

O primeiro amor…

Lembro-me que namorei uma acordeonista filha de um homem que tinha um salão de baile e que também tocava acordeão. Não sei se foi o primeiro amor até porque eu era bastante namoradeiro, gostava muito das raparigas.

 

E o primeiro emprego…

Como caixeiro numa taberna em Alhandra, com 13 anos. Penso que na altura devia ganhar 40 escudos por mês.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É o espaço que me acolhe para o descanso. É agradável e com um ambiente muito tranquilo.

 

O que pensa do Mundo?

Já fui autarca na minha terra e pugnei por uma política de bem estar para todos. Cada um de nós deveria seguir este exemplo para que o mundo fosse melhor. Mas não é assim. A evolução é rápida e está a criar-nos problemas como a poluição, como as guerras e a falta de apoio às pessoas.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Já estou na reforma e já me senti realizado. Penso que ainda não terminei a minha função que quero continuar por mais alguns anos. Mas posso dizer que me sinto, na verdade, realizado.

 

Como se resolve a crise?

A crise tem muitas variantes e acho que se acentua mais no facto das pessoas não se entenderem. Tem que existir uma melhor distribuição dos rendimentos.

 

Foto jovem.jpg

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Sou católico não praticante. As coisas não são tão lineares assim. Não tenho ideia formada sobre o assunto. Não sou ateu mas também não tenho fixação religiosa.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Não sei se tinha alguma coisa para mudar. Gostava de voltar aos meus 8 anos para poder brincar.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente da Associação de Atletismo de Setúbal e como já disse estou reformado. Pretendo manter-me na associação e continuar a contribuir para o desenvolvimento da modalidade no distrito e no país.

 




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Algarve

 

Um Livro:

Leio jornais

 

Uma Música:

Música ligeira portuguesa

 

Um Ídolo:

Não tenho

 

Um prato:

Cozido à portuguesa

 

Um conceito:

Viver de bem connosco e com os que nos rodeiam

 

PUBFB.jpg

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 14:11

21
Jan 19

Com o apoio do HOTEL DO SADO

 

Foto.jpg

 

“AS PESSOAS TORNARAM-SE EGOCÊNTRICAS”

 

A Dra. Sandra Luzio é presidente da Escola de Futebol Feminino de Setúbal. Nasceu em Setúbal e passou a sua infância e juventude no Casal das Figueiras. É psicóloga e diz que a sua profissão é mágica, um dom que adora exercer. Pensa que o mundo se destruturou devido à sua própria evolução. É crente e pensa que a Igreja fantasiou a imagem de Deus. Se pudesse voltar atrás não mudaria nada na sua vida. Sente-se bem no papel de mãe e acredita que é possível ajudar o outro a encontrar o seu caminho. Gostava de ir ao México e adora bacalhau com natas.

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Setúbal, no hospital de S. Bernardo e parte da minha infância foi passada no Casal das Figueiras, onde mora grande parte da minha família materna. Frequentei a escola primária do Monte Belo, mas não fui boa aluna. A professora chegou a chamar a minha mãe para falar com ela por eu não estar a acompanhar as aprendizagens. A minha mãe acabou por me ajudar bastante. Brinquei muito com um primo-irmão no Casal das Figueiras.

 

O primeiro amor…

Tínhamos 11 anos e andávamos no ciclo. Ele era francês, loiro e de olhos azuis. Era lindo. Namorámos mas depois cada um seguiu o seu caminho.

 

E o primeiro emprego…

Num café. Tinha 18 anos. Ajudava em part-time. Ganhava à semana mas não me recordo quanto.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa familiar, acolhedora mas cheia de vida. É o meu porto de abrigo.

 

O que pensa do Mundo?

Às vezes prefiro não pensar. Acho que vivemos num tempo que derivado à sua própria evolução se destruturou. A evolução é positiva em vários aspetos mas acabou por invadir as pessoas que perderam valores de respeito ao seu semelhante. As pessoas tornaram-se egocêntricas.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

De uma forma geral sinto-me realizada profissionalmente. Sou psicóloga e tenho uma profissão quase mágica que adoro. Acho que é um dom. Pessoalmente estou envolvida em projetos que me dão algum alívio e muito prazer.

 

Como se resolve a crise?

Com bom senso e igualdade. Sem qualquer tipo de narcisismo político a crise resolve-se. A culpa da nossa crise é política.

 

Foto criança.jpg

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Acreditar em Deus é uma herança cultural. A minha avó rezava quando o meu avô, que era pescador, ia para o mar. Cresci num ambiente crente. Deus criou o Homem mas a igreja fantasiou a sua imagem. Neste momento estamos num período de grande bênção com um Bispo fantástico e um Papa exemplar.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Se calhar não mudava nada porque não seria o eu que sou hoje.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente da Escola de Futebol Feminino de Setúbal, psicóloga e mãe. Quero manter a minha profissão e poder ajudar o outro a encontrar o seu próprio caminho. Pretendo também manter-me na direção do clube.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

México

 

Um Livro:

O Crime do Padre Amaro (Eça de Queiroz)

 

Uma Música:

You and I (Scorpions)

 

Um Ídolo:

Zeca Afonso

 

Um prato:

Bacalhau com natas

 

Um conceito:

Sou amiga dos meus amigos

 

PUBFB.jpg

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 12:26

18
Jan 19

Foto.JPG

 

“O MUNDO DE HOJE É UM LUGAR PERIGOSO”

 

O Dr. Luís Sebastião é o presidente da Associação Cristã da Mocidade de Setúbal e professor na Escola de Ciências Empresariais. Natural de Odemira recorda a infância com carinho no tempo em que a força dos valores e dos costumes era muito evidente. Sobre o mundo tem a ideia de que é um lugar perigoso e que terão de ser as novas gerações a transformar o planeta. Sobre a crise diz que é necessário repensar alguns pilares fundamentais do Estado. É crente em Deus e gosta da obra de Sebastião da Gama.

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Odemira e foi aí que cresci e morei até aos 17 anos. Tenho memórias incríveis da minha infância que foi passada no contacto direto com a natureza e com os valores de uma comunidade pequena e rural onde era muito fácil construir relações duradouras. A força dos valores e dos costumes era muito marcada como o respeito e a solidariedade entre todos. Na escola fui um bom aluno. Tenho as melhores memórias do tempo de escola. Lembro-me, ainda, de jogar à bola na rua e no largo da estação. Havia muita liberdade para se brincar.

 

O primeiro amor…

Tive uma paixão na adolescência por uma miúda que se chamava Simone. Foi um namoro inconsequente.

 

E o primeiro emprego…

Depois da licenciatura no Centro de Formação de Santiago do Cacém. Ganhava 270 contos por mês.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É um apartamento no Pinhal Novo, muito desenhado à nossa maneira. Temos uma casa de banho com calçada portuguesa. Tem muita luz. É o meu porto de abrigo porque tenho lá a minha família. É a nossa casa.

 

O que pensa do Mundo?

O mundo de hoje é um lugar perigoso onde não está garantida a sustentabilidade do ser humano. Temos que pensar em nós e a geração atual tem que pensar na sua própria sobrevivência. Acredito que as gerações vindouras têm todas as ferramentas e inteligência para transformar o planeta num local mais seguro e sustentável à existência do Homem.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sinto que sou um felizardo em termos pessoais. Tenho uma família extraordinária. Profissionalmente também me sinto realizado porque sei que todas as decisões que tomamos na organização fazem a diferença na vida das pessoas.

 

Como se resolve a crise?

Precisamos repensar alguns pilares fundamentais até do próprio Estado. Temos que refundar a natureza da relação entre eleitos e eleitores. Por outro lado temos que nos tornar numa sociedade mais qualificada. Isto é um esforço coletivo decisivo.

 

Foto criança.JPG

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Sou católico e praticante, sigo os preceitos religiosos. Acho que isto não é obra do acaso porque a complexidade, a perfeição e coincidências são incrivelmente perfeitas. O Deus em que acredito é um Deus que está em cada um de nós. Deus é um criador que está no meio de nós.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

No essencial não mudaria nada. Se houvesse um momento marcante na minha vida lembrar-me-ia. Não odeio nem tenho rancores de ninguém.

 

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente da Associação Cristã da Mocidade de Setúbal e professor na Escola de Ciências empresariais. Vou ficar ligado a esta instituição para o resto da minha vida, em parte como voluntário e quero ser um contributo ativo para transformar a organização em Portugal, como a principal referência para os jovens.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Austrália

 

Um Livro:

Cartas de amor (Sebastião da Gama)

 

Uma Música:

Porto Côvo (Rui Veloso)

 

Um Ídolo:

Nélson Mandela

 

Um prato:

Jantar de feijão

 

Um conceito:

Humildade

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 15:08

17
Jan 19

Foto.jpg

 

“PROFESSO OS MEUS IDEAIS E O MEU CRER”

 

José Colaço é presidente da Associação Alcache. Natural de Setúbal tem memórias de episódios muito particulares de uma infância vivida de forma intensa e com as vicissitudes próprias da época. É um otimista assumido e por isso quer continuar a ver o mundo de uma forma positiva. Pensa que os grandes estadistas têm que se entender para acabar com guerras e injustiças. Não acredita em Deus, porque diz professar os seus ideais e o seu crer de uma forma livre. Para si a crise resolve-se com a distribuição da riqueza. Adora Setúbal, o seu ídolo é Gandhi e não dispensa um bom prato de peixe assado.

 

Como foi a sua infância?

Sou setubalense, vitoriano e apaixonado pelas coisas da minha terra. Tive uma infância normal vivida num bairro periférico junto ao bairro Carmona, com todas as vicissitudes próprias da época. Com seis anos já mobilizava os meus amigos para a limpeza da azinhaga onde morávamos. Também formei uma equipa de futebol com os rapazes da azinhaga. Já tínhamos quotas e fazíamos apostas nos jogos que disputávamos. Frequentei a escola do bairro Carmona na primeira e segunda classes e a terceira e quarta fiz no bairro Santos Nicolau, na escola 19.

 

O primeiro amor…

Foi um amor de escola. Tinha onze anos. Um amor ingénuo.

 

E o primeiro emprego…

Comecei a trabalhar com onze anos na Elite, que era uma retrosaria. Ganhava 120 escudos por mês.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa acolhedora, com qualidade, tranquila. É o meu campo na cidade e o porto de abrigo que não dispenso.

 

O que pensa do Mundo?

Quero continuar a ver o mundo de uma forma positiva porque sou otimista. Há lugar para todos. Os grandes estadistas têm que se entender para acabar com as guerras e as injustiças. O povo tem sempre uma ferramenta muito forte na mão que é o voto.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Completamente porque penso que fiz o que estava certo na minha vida e continuo a fazer o que gosto.

 

Como se resolve a crise?

Com a distribuição da riqueza. Se formos mais humanos damos um passo importante para resolver o problema. Temos que nos preocupar mais com o nosso semelhante. Se cada um de nós der um pequeno contributo as coisas resolvem-se.

 

Foto criança.jpg

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Foi o Homem quem criou Deus. Sou ateu porque professo os meus ideais e o meu crer.

 

 

Se pudesse voltar atrás mudaria alguma coisa na sua vida?

Acho que não tinha muito para mudar. Não somos decisores da nossa vida a cem por cento e mesmo que pudesse voltar atrás há coisas que não dá para mudar porque nos são impostas. Os meus vinte anos foram passados em África/Moçambique numa guerra que me foi imposta.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente da Associação de ex-Marinheiros da Armada do Distrito de Setúbal “Alcache”. No futuro pretendo dar continuidade à minha participação no movimento associativo e manter a atividade profissional através da minha empresa.

 




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Setúbal

 

Um Livro:

Setenave (Jorge Fontes)

 

Uma Música:

Silêncio hoje morreu um poeta (Artur Batalha)

 

Um Ídolo:

Gandhi

 

Um prato:

Peixe assado

 

Um conceito:

Vive de bem contigo para viveres de bem com os outros

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 15:28

16
Jan 19

Foto.JPG

 

“APROVEITO A VIDA O MELHOR QUE POSSO”

 

Rui Bernardes é presidente da Academia de Futsal Estrelas de Setúbal. Teve uma infância difícil com a morte prematura do pai e a doença do irmão mais velho. Apesar disso foi um bom aluno na escola e brincou com os amigos. Sobre o mundo pensa que está muito complicado de se entender. Diz que a crise não tem solução e que os portugueses são bastante individualistas. Para si Deus e o Homem são necessários ao equilíbrio do mundo. Lê sobre desporto, gosta de Xutos e Pontapés e de cozido à portuguesa.

 

Como foi a sua infância?

Sou um menino de aldeia, de Alhadas, no concelho da Figueira da Foz. Com 11 anos perdi o meu pai que entretanto já estava reformado por invalidez. A minha mãe era doméstica e o meu irmão mais velho tinha problemas de saúde. Tive uma infância um pouco difícil. No entanto também brinquei, joguei à bola e tive muito desporto de rua. Fui um bom aluno na escola e conclui a 4ª classe sem problemas.

 

O primeiro amor…

Foi com uma colega de escola. Um namoro de escola que acabou por durar pouco.

 

E o primeiro emprego…

Aos 14 anos comecei a trabalhar nas férias escolares num sub-empreiteiro/madeireiro. Não me lembro de quanto ganhava mas sei que era muito pouco.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa familiar com 3 mulheres, 1 homem e muitos animais. É acolhedora, confortável e agradável.

 

O que pensa do Mundo?

Está a ficar complicado perceber o mundo. As relações interpessoais estão muito difíceis. As pessoas deixaram de ter um convívio são e tornaram-se mais individualistas. Há alturas em que o mundo é injusto mas também acaba por ser maravilhoso. Aproveito a vida o melhor que posso com a família, amigos, futsal e motos.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Posso dizer que sim. Consegui bons resultados em todas as empresas por onde passei e nas atividades que desempenhei tanto a nível laboral como desportivo. Tenho uma família maravilhosa o que me faz sentir realizado e feliz.

 

Como se resolve a crise?

Nunca se vai conseguir resolver. Talvez a tentemos atenuar. Parte da cultura e da mentalidade do povo. É muito difícil. O português tem uma mentalidade muito difícil de entender. Somos muito individualistas.

 

Foto jovem.jpg

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

São ambos necessários ao equilíbrio do mundo. Nasceram um do outro. Sou católico não praticante. Penso que nós é que nos ajudamos a nós próprios. Deus é uma metáfora.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Os meus erros fizeram parte do meu crescimento.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente da Academia de Futsal “Estrelas de Setúbal”, treinador na academia e na Associação Granja do Ulmeiro, da Associação de Futebol de Coimbra. Sou também supervisor de turno de uma empresa da Figueira da Foz e tenho atividades liberais.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Estados Unidos

 

Um Livro:

Leio sobre desporto

 

Uma Música:

O Homem do Leme (Xutos & Pontapés)

 

Um Ídolo:

Não tenho

 

Um prato:

Cozido à portuguesa

 

Um conceito:

Viver o dia a dia sempre com os olhos no horizonte

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 14:19

Abril 2020
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
13
14
15
16
18

19
20
21
22
23
24
25

26
27
28
29
30


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds
arquivos
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO