“GOSTAVA DE CONSOLIDAR MAIS OS MEUS 35 ANOS DE CARREIRA”
LUIS PORTELA (cantor)
“GOSTAVA DE CONSOLIDAR MAIS OS MEUS 35 ANOS DE CARREIRA”
Luis Portela é um dos mais mediáticos cantores setubalenses. Reparte o palco com uma loja de vestuário porque as cantigas e a moda são actividades que lhe conferem muito gozo e prazer. Teve uma infância difícil e começou a trabalhar no duro, nas obras na Bélgica. A sua casa é confortável e está decorada a seu gosto, nada de exuberância, como faz questão de afirmar. Pensa que o mundo é o espelho egoísta do Homem e a crise só se resolve com emprego e mais economia. É crente mas não tem explicação para Deus.
Como foi a sua infância?
- Complicada. Os meus pais separaram-se tinha eu apenas 5 anos e fiquei com a minha mãe e o meu irmão. A minha mãe trabalhava bastante embora o meu pai também ajudasse. Mas não estávamos juntos. Não vivi em fartura, nem riqueza. Foram tempos difíceis. Frequentei a escola dos Pinheirinhos e mais tarde a Comercial (Sebastião da Gama), onde tirei o 5º ano. Depois o meu pai levou-me para a Bélgica para trabalhar nas obras. Foi uma infância e uma adolescência muito difícil.
O primeiro amor...
- Aconteceu aos 14 anos. Foi muito giro. Nessa altura tudo é bonito, até o lado mais infantil das coisas, próprio da idade. Era uma rapariga normal, gira, que conheci nos bailaricos. Uns beijinhos, uma troca de palavras e pouco mais.
E o primeiro emprego…
- Nas obras, na Bélgica, com o meu pai. Ganhava-se 40/50 escudos por dia. Hoje falamos em cêntimos...
Como é a sua casa, como a define?
- Humilde. Não há exuberância. Confortável partilhando o essencial para nos sentirmos bem. Está decorada ao meu gosto. Vivo nesta casa desde os meus 6 anos. Foi o meu pai que a construíu. Tenho uma enorme ligação e um sentimento muito forte por ela.
O que pensa do mundo?
- Acho que é o espelho do egoísmo do Homem que só pensa na riqueza, no gozo e no poder. Se o mundo fosse mais humanizado estaríamos bem melhor, sem miséria, nem desemprego, por exemplo.
Como se ultrapassa a crise?
- Primeiro temos que encontrar os culpados da crise e chamá-los à responsabilidade. Porque é que os que não contribuem para a crise a sofrem na pele? Não se resolve a crise com desemprego e falta de economia. Na minha loja, quando vendo pouco é, precisamente, quando faço um maior esforço para apresentar mais colecção para chamar o público.
Sente-se realizado humana e profissionalmente?
- Faço as coisas que adoro, a música e a moda. Estas actividades dão-me mais prazer que segurança financeira neste momento, devido à crise.
Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?
- Não tenho bases para explicar esse fenómeno. Sou crente, tenho fé independentemente do nome que se dá a algo que estará acima de nós no Universo. Não perfilho qualquer opção religiosa mas respeito todas.
Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?
- Talvez alguns erros que tenha cometido. A vida está sempre a ensinar-nos. Profissionalmente se voltasse atrás teria feito a mesma coisa porque me dá muita alegria e prazer ser cantor e pequeno comerciante na área da moda e pronto a vestir.
Que faz no presente e que projectos para o futuro?
- Como disse sou cantor e comerciante. O futuro está complicado devido ao rumo que a vida está a levar. Gostava de consolidar mais a minha carrreira e ter mais reconhecimento pelos meus 35 anos de estrada e palco.
CAIXA DAS PALAVRAS
Um destino
- New Iork
Um livro
- As portas da Atlântida (Guy Tarade)
Uma música
- Woman (john Lennon)
Um ídolo
-Fredy Mercury
Um prato
- Cozido à portuguesa
Um conceito
- Ser feliz e tentar incutir nos mais próximos a verdade e a alegria de viver
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