“APESAR DO AVANÇO DO CONHECIMENTO AUMENTA O ÍNDICE DE POBREZA”
O Dr. Luis Miguel Calha é autarca em Palmela, terra onde nasceu, cresceu e nunca abandonou. É um homem envolvido no movimento associativo e quer continuar a contribuir para o desenvolvimento local. Para si o mundo dos nossos dias é complexo e o avanço do conhecimento não atenua os índices de pobreza. É ateu e por isso acredita que o Homem criou Deus, para explicar o que não conseguia entender. O seu prato favorito são favas à moda de Palmela
Como foi a sua infância?
Foi uma infância feliz, rodeada de muitos amigos e passada em Palmela, na zona do centro histórico. Recordo-me de gostar muito de brincar, correr, jogar futebol. O meu ponto de referência era o Parque Venâncio Ribeiro da Costa, onde ficava a casa dos meus pais. No fundo brincávamos num ambiente saudável, em segurança e sem preocupações. Ainda hoje mantenho muitos amigos dos meus tempos de infância.
O primeiro amor…
Por ocasião da entrada na Escola Hermenegildo Capelo, em Palmela, com a rapariga mais bonita que lá andava. Foi amor à primeira vista.
E o primeiro emprego…
Na antiga fábrica de frigorifícos HR, no Pinhal Novo. Não recordo quanto ganhava na altura. Era operário montador. Foi uma experiência dura mas rica pela amizade que fiz com várias pessoas
Como é a sua casa? Como a define?
Sem dúvida o meu porto de abrigo, Uma casa simples que reune todas as condições para estar em tranquilidade, em paz e harmonia. Tem uma decoração simples e moderna.
O que pensa do mundo?
O mundo dos nossos dias é muito complexo. Assistimos, por um lado a uma enorme evolução tecnológica e científica com o avanço do conhecimento mas, isto não tem reflexo nas condições de vida da maioria das pessoas. Pergunto-me como é que é possível com a evolução tão grande do conhecimento continuar a aumentar os índices de pobreza ?
Sente-se realizado humana e profissionalmente?
Sim, sinto-me realizado. Tenho procurado abraçar vários desafios. Aliás, gosto bastante de novos desafios. Sinto que fiz as opções certas. Acho que tenho tido alguma sorte mas, também, a soube conquistar
Como se resolve a crise?
Com uma política de esquerda que defenda o interesse nacional e não esteja subordinada à vontade de outros países. Temos que apostar no que é nosso, na agricultura, na pesca, nos produtos nacionais e na defesa da nossa Constituição e do Estado Social
Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?
Sou ateu. Foi o Homem quem criou Deus, para explicar algo que, por vezes, não conseguia entender e viu nele uma forma de inspiração e conforto espiritual, de confiança para enfrentar o que não conseguia compreender
Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?
Não mudaria nada. Sinto que fiz na altura certa aquelas que me pareciam ser as melhores opções. Todas as opções acarretam riscos e tentei sempre calculá-los. Por isso não me sinto arrependido das opções que tomei
Que faz no presente e que projectos para o futuro?
Sou autarca na Câmara Municipal de Palmela e mantenho a minha ligação ao movimento associativo do concelho através da minha presença nos corpos sociais da Sociedade Filarmónica Palmelense “Loureiros”. O futuro é sempre uma incógnita mas vejo-me sempre a ter um papel ativo enquanto cidadão, seja em que plano for, contribuindo para o desenvolvimento desta terra que me viu nascer e que nunca abandonei. Tenho muito orgulho em dizer que sou Palmelão
CAIXA DAS PALAVRAS
Um destino
Paris
Um livro
Levantado do chão (José saramago)
Uma música
We are the champions (Queen)
Um ídolo
O meu pai
Um prato
Favas à moda de palmela
Um conceito
Tentar sempre o impossível para conseguir o possível