Entrevistas de JoaQuim Gouveia

31
Jan 14

 

“O MUNDO É UM SITIO MARAVILHOSO PARA VIVERMOS”

 

O Dr. Paulo Ribeiro é militante do PSD, deputado na Assembleia da República e vereador na Câmara de Palmela, para além de exercer, ainda, advocacia. Nasceu em Moçambique, passou por Lageosa do Dão e radicou-se em Setúbal, com 6 anos. Recorda uma infância feliz passada na zona do Rio da Figueira. Começou a sua atividade laboral como profissional liberal. Para si o mundo é um sitío maravilhoso para se viver e acredita que todos nós poderemos ajudar a corrigir as injustiças. Acha que a crise se resolve com esforço e sacrifío. Tem uma matriz católica e pretende continuar a contribuir para a resolução dos problemas do país

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Moçambique, na cidade da Beira. Viemos para Portugal em 1974, depois do 25 de Abril, mas antes da independência. Fomos para Lageosa do Dão, perto de Tondela, onde vivemos cerca de um ano. Depois viemos para Setúbal porque o meu pai veio trabalhar para o porto da cidade. Eu tinha 6 anos. Considero Setúbal como a minha terra. Andei na antiga escola da Algodeia, onde tinha muitos amigos e morei no bairro do Rio da Figueira. Jogava à bola, ao berlinde, ao pião e ás brincadeiras da época.

 

O primeiro amor…

Não tenho uma recordação muito presente. Seguramente deve ter sido na escola primária com uma miúda que se chamava Ana. Deve ter sido a primeira rapariga em que reparei.

 

E o primeiro emprego…

Como profissional liberal em várias áreas da advocacia.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa familiar, cheia, com três filhos e onde nos sentimos bem. É a casa que construímos e de que gostamos.

 

O que pensa do mundo?

É um sítio maravilhoso para vivermos onde devemos todos os dias pensar que é construído por nós. Ainda há muitas injustiças mas todos nós podemos fazer melhor e ajudar a corrigi-las.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Acho que nunca ninguém se sente realizado. Não me posso queixar da minha vida. Tenho a mulher e os filhos que amo, sou advogado, profissão que escolhi e adoro e tenho família, amigos e saúde.

 

Como se resolve a crise?

Com esforço, com sacrifício, aprendendo com os erros e não os voltando a cometê-los. É isso que nesta altura está a acontecer.

 

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Deus criou o Homem. É uma convicção muito forte influenciada pela minha matriz católica e por ser crente.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Nada de relevante. Fui resolvendo os erros que possa ter cometido ao longo da minha vida. Não voltaria atrás em nenhuma decisão.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Sou deputado na Assembleia da República pelo PSD, advogado e vereador na Câmara de Palmela, pela coligação PSD/CDS. Pretendo terminar esta legislatura dando o meu melhor e o que sei em prol de Portugal, contribuíndo para a resolução dos problemas do país dentro das minhas possibilidades e continuar a minha atividade na advocacia e educar os meus filhos.

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Moçambique

 

Um livro

O nome da rosa (Umberto Eco)

 

Uma música

Bad in the name of love (U2)

 

Um ídolo

Rui Jordão

 

Um prato

Bacalhau com grão

 

Um conceito

Não fazer aos outros o que não gosto que me façam a mim

publicado por Joaquim Gouveia às 10:47

30
Jan 14

 

Com o apoio  “HOTEL DO SADO”

 

“É BOM TER A OPORTUNIDADE DE VIR AO MUNDO”

 

Inês Duarte é uma das fadistas mais conhecidas da nossa região. Iniciou a sua atividade no fado ainda muito jovem e o primeiro dinheiro que ganhou foi a cantar, tanto no país como no estrangeiro. Teve unma infância feliz e reconhece na sua casa o seu porto de abrigo, que tem o seu cheiro e os seus retratos. Gosta da natureza, das paisagens e das culturas embora saiba que o mundo por vezes tem coisas menos agradáveis. É crente em Deus, mas não sabe se Este criou o Homem, ou se foi o contrário. Para resolver a crise é necessário repensarmos a nossa maneira de viver e investir. Para a jovem fadista o importante é aprender com todas as experiências que a vida nos proporciona. Adora sopa e Miami é o seu destino de eleição

 

 

Como foi a sua infância?

Foi feliz. Nasci no hospital de Setúbal, em 1983. Andei na escola primária das Areias, com o professor Agostinho. Tenho uma irmã mais velha. Tinha muitas amigas com quem brincava bastante na rua perto do café da minha avó. Tenho a ideia de que os meus pais sempre nos proporcionaram ótimos momentos em família.

 

O primeiro amor…

Tinha 14 anos. Foi uma paixoneta. Comecei a perceber que existiam outros sentimentos e que o coração batia um pouco mais depressa.

 

E o primeiro emprego…

O primeiro dinheiro que ganhei foi já como fadista. Também a primeira vez que fui ao estrangeiro cantar ganhei um cachet.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma moradia bastante acolhedora. É o meu porto de abrigo. Quando regresso de férias e entro em casa é como que um recomeço. Tem o nosso cheiro e a disposição das coisas como nós gostamos. Tem os nossos retratos.

 

O que pensa do mundo?

Tanta coisa... Tenho uma ideia positiva do mundo pelas experiências que nos proporciona. Tem coisas muito boas e outras menos boas. Gosto da natureza, das paisagens, das culturas e da convivência do ser humano. Por outro lado não gosto do egoísmo, da ganância e do egocentrismo. È bom ter a oportunidade de vir ao mundo.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sinto-me bem. Tenho tido a oportunidade de fazer aquilo de que gosto e isso é meio caminho andado. A partir daí tentamos superar-nos e aprender em todas as áreas. É uma questão de desafio pessoal.

 

Como se resolve a crise?

Cada um tem os seus próprios problemas e tem que perceber a crise que há em si. Há várias crises. Temos sempre que ir ao fundo da questão. Estamos a pagar uma fatura retardada, que não é de agora. Esta crise é fruto de uma má gestão. Temos que repensar a nossa maneira de viver e investir. Temos que reativar a economia.

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Não sei. É como a história do ovo e da galinha. Sou católica, tenho fé e pratico o catolicismo que é fazer o bem, como ajudar o próximo. Acredito em Deus, que muitas vezes é a nossa bóia de salvação. Mas não sei quem criou quem.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Tudo é um ensinamento para nós. Não posso apagar o que está feito pelo que não mudaria nada de significativo. Quero aprender com todas as experiências que me forem proporcionadas poderando sempre os aspetos positivos e negativos.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Sou fadista profissional e trabalho em arte floral na loja da minha mãe (Onda de Flores), trabalho do qual gosto muito. Quero continuar a cantar e a trabalhar ligada ao ramo das flores conciliando estas duas paixões e tudo o que possa projetar como ser mãe, ter uma família e continuar a ser feliz.

 

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Miami

 

Um livro

Lua de Joana

 

Uma música

Um Homem na cidade (Carlos do carmo)

 

Um ídolo

A minha mãe

 

Um prato

Sopa

 

Um conceito

Viver e ser feliz

publicado por Joaquim Gouveia às 09:13

29
Jan 14

 

 

“O FUTURO É UM DIA DE CADA VEZ”

 

Carlos Branco é um associativista de corpo inteiro. É diretor de várias instituições e um impulsionador da defesa do meio ambiente e do próprio planeta. Não tem recordações da infância porque começou a trabalhar muito cedo, com apenas 13 anos. O seu primeiro amor foi o futebol e viu a estreia de Simões, no Estádio da Luz, quando tinha 6 anos. Pensa que o Homem é o animal menos inteligente e o que mais destrói entre todas as espécies. Gostava de visitar S. Tomé e Príncipe e adora ler poesia de Setúbal. O seu principal conceito é a lealdade

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Lisboa, morei em Abrantes e vim para Setúbal, com 12 anos. Não tenho amigos de infância, pelo menos até chegar a Setúbal, perdi o contato com eles. Comecei a trabalhar muito cedo, com apenas 13 anos, pelo que não tenho recordações da minha infância. Talvez tivesse algumas brincadeiras com o meu irmão e um ou outro vizinho. Recordo-me bem, isso sim, do meu professor da instrução primária.

 

O primeiro amor…

Foi o futebol. Comecei a jogar ainda muito pequenino. Aos 6 anos vi a estreia do Simões, no Estádio da Luz, num jogo que o Benfica empatou com o Sporting, a três golos.

 

E o primeiro emprego…

Aos 13 anos como paquete num escritório em Lisboa. Ganhava 900 escudos por mês

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa normal, de família. As minhas duas filhas já casaram e fiquei a morar apenas com a minha esposa. Mas entretanto ganhámos um neto. Do meu quintal vejo o rio Sado e a serra da Arrábida e isso é maravilhoso. De resto é uma casa confortável e foi económica.

 

O que pensa do mundo?

Somos o animal menos inteligente que habita o planeta. Nenhuma outra espécie o destrói tanto como o Homem.Tento defender o mundo o máximo que posso mas não me sinto correspondido pelos outros nesse propósito. O mundo é a partilha entre o dar e o receber.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sim. Já conclui a minha profissão de técnico industrial e nos últimos anos fui formador e passei conhecimentos a muitos jovens. Humanamente, ao nível familiar consegui uma estabilidade educacional e no campo associativo tenho contribuído para proporcionar aos outros o que eu não tive.

 

Como se resolve a crise?

Não a provocando. Com prevenção. Não acredito nas crises. São provocadas por quem irá usufruir mais do resultado que vem a seguir. Não devemos repetir os erros do passado e controlar o que damos valor nesta vida.

 


 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Alguns Homens criam um Deus próprio e só assim se explica que existam vários deuses. Não acredito em Deus, mas respeito a religião e a fé de cada um. É tudo criado por nós.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Não esperava estar tão velho... mas não mudaria nada. Acho que tudo o que fiz foi ponderado, pensado e feito na altura certa. Naturalmente, hoje teria outras condições para fazer tudo o que já fiz.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Estou reformado. Sou diretor da Federação das Colectividades do Distrito de Setúbal, da Amba e da Associação dos Bombeiros Voluntários de Setúbal. O futuro é um dia de cada vez.

 

 

(uma resposta!)

 

Um destino

S. Tomé e Príncipe

 

Um livro

Poesias de Setúbal (todos os poetas do concelho)

 

Uma música

Second silence (Simon & Garfunkel)

 

Um ídolo

Nené (Benfica)

 

Um prato

Cozido à portuguesa

 

Um conceito

Lealdade

publicado por Joaquim Gouveia às 09:15

28
Jan 14

 

 

 

“QUALQUER DIA TRABALHAMOS POR UMA TAÇA DE ARROZ”

 

O Comandante José Henrique Santos é um setubalense nascido no Hospital da cidade, feito homem entre brincadeiras e trabalho. Recorda-se que nos seus tempos de infãncia estimulava-se a convivência entre os jovens. O seu primeiro amor foi uma brasileira, filha de pai imigrante e que lhe deixou saudades após o regresso ao país de origem. Sente-se cansado da vida de bombeiro, que diz ser de desgaste rápido e das sirenes. Gostava de ter uma pedra de peixe no Mercado do Livramento. Pensa que há muita ganância no mundo, que a crise se resolve com honestidade e que a vida sem Deus seria mais difícil

 

 

Como foi a sua infância?

Nasci no Hospital de S. Bernardo. Morei no Faralhão, até aos 3 anos de idade e depois vim morar para Setúbal. Andei na antiga escola do Peixe Frito. Tinha muitos amigos. As brincadeiras na altura eram muito diferentes das de hoje. Estimulava-se a brincadeira em grupo. A minha família era muito grande. Éramos 7 irmãos. O meu pai reformou-se por invalidez muito cedo . Passámos algumas dificuldades.

 

O primeiro amor…

Tinha 17 anos e aconteceu quando andava na secundária da Bela Vista. Foi por uma rapariga da minha turma, que era brasileira. O pai era imigrante português. Namorámos um ano lectivo. Depois regressaram ao Brasil, com grande pena minha.

 

E o primeiro emprego…

Na oficina do Fernando Chaves, que é o pai do famoso piloto Matos Chaves. Tinha 12 anos e trabalhava aos fins de semana a lavar peças. Ganhava 5 contos por mês.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa acolhedora, de família. Não gostamos de grandes luxos mas podemos abrir a nossa casa a toda a gente. Colecciono garrafas de bebdas, embora não beba.Devo ter mais de 200 garrafas numa garrafeira particular.

 

O que pensa do mundo?

Penso que as pessoas se preocupam muito com os bens materiais. Há muita ganância e pouca tolerância.Toda a gente quer mais dinheiro e tudo gira à volta disso. Nos últimos anos tem-se visto que as coisas funcionam à volta da especulação e os que menos têm acabam por pagar mais. Voltámos à época dos senhores feudais.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sinto-me realizado mas a nível profissional começo a sentir-me cansado. Ser bombeiro é uma profissão de desgaste rápido, quer fisíco, quer mental. Mas como homem sinto-me realizado. Sou muito bem casado e tenho dois filhos que são a luz dos meus olhos.

 

Como se resolve a crise?

A profissão de bombeiro é aquela que merece maior confiança por parte das pessoas. Ao contrário, a de político é a que merece menos credibilidade. A crise resolvia-se com honestidade da classe política. Os interesses instalados são poderosos. É mais fácil ir ao bolso de quem tem menos recursos. As grandes fortunas e as grandes empresas continuam por taxar. A mão de obra é cada vez mais barata. Temos que inverter esta mentalidade. Qualquer dia trabalhamos por uma taça de arroz.

 

 

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Quero acreditar que Deus,c riou o Homem. Nesta altura de dificuldades as pessoas agarram-se á fé. Sou católico não praticante e acredito em Deus, pelos valores que me foram transmitidos pelos meus pais. Sem Deus, a vida é mais difícil.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Mudaria algumas coisas. Teria aproveitado o facto de ter sido militar e teria continuado como praça no quadro para melhorar a minha vida.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Sou comandante do Bombeiros Voluntários de Setúbal. Gostava de arranjar em breve outra alternativa profissional. Estou cansado de sirenes. Adorava ter uma pedra de peixe no Mercado do Livramento, que é o sítio mais bonito da cidade. Gosto imenso da pesca e de trabalhar com o peixe.

 

 

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Um destino

Grécia

 

Um livro

A arte da guerra (Maquiável e Sun Tsu)

 

Uma música

Summer of 69 (Brain Adams)

 

Um ídolo

O meu pai

 

Um prato

Caldeirada á setubalense

 

Um conceito

Não faças aos outros o que não gostavas que te fizessem a ti

publicado por Joaquim Gouveia às 08:21

27
Jan 14

 

 

COM O APOIO DO “HOTEL DO SADO”

 

“O MUNDO ESTÁ A CAMINHO DO CAOS”

 

Justino Marques é um antigo professor de ginástica muito conhecido por várias gerações de alunos que com ele tiveram aulas. Nasceu em Samora Correia, mas cedo veio para Setúbal, onde morou nas quatro freguesias, fato que lhe permitiu conhecer inúmeros amigos por toda a cidade. O primeiro amor fez o seu coração correr mais depressa e o primeiro emprego conferiu-lhe um ordenado mensal a rondar os quatro contos, na moeda antiga. Pensa que o mundo se está a auto-destruir e que a natureza não tem culpa. O culpado é o Homem, por força da sua ganância. Agradece à mulher e ao filho a possibilidade que teve de fazer na vida aquilo de que sempre mais gostou. Se pudesse viajava até ao Vietname. Não tem ídolos e o seu principal conceito é o da solidariedade

 

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Samora Correia e vim para Setúbal, com 8 anos de idade, no tempo das fábricas de conserva. Tive uma infância muito rica porque andava a brincar na rua com muitos amigos e vivi nas quatro freguesias da cidade o que deu para ter amigos em todo o lado. Andei na antiga escola primária do bairro Salgado. Naquele tempo éramos nós que inventávamos as brincadeiras e fazíamos os nossos próprios brinquedos.

 

O primeiro amor…

Tinha 11 anos. Ela era uma miuda muito engraçada. O meu coração batia um bocadinho mais depressa... Foi no Liceu.

 

E o primeiro emprego…

Como professor. Devia ganhar á volta dos 4 contos por mês.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa acolhedora, tem muito espaço e está bem localizada. Passo lá grande parte do meu tempo.

 

O que pensa do mundo?

Está a caminho do caos. A continuar assim vai-se auto-destruíndo. E a natureza não tem culpa. O Homem é o maior culpado devido á sua ganância. No entanto há coisas no mundo que são muito boas como a solidariedade e a própria natureza.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Totalmente nunca nos sentimos. No entanto, tudo aquilo que fiz na vida foi o que gostava. Tive essa possibilidade tanto a nível pessoal, como profissional. Tenho que agradecer á minha mulher e ao meu filho.

 

Como se resolve a crise?

Quando houver bom senso e quando as pessoas que estão no poder procederem em conformidade com a realidade e não com os interesses instalados.

 

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Isso é filosófico. A ideia é a de que foi Deus, quem criou o Homem e é nisso que acredita quem tem fé. Mas é difícil provar. No meu caso sou mais por Jesus Cristo, do que pela crença em Deus.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Se voltasse atrás sabendo o que sei hoje talvez mudasse algumas coisas para melhor.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Estou reformado. Integro a direção da associação Bem Fazer de S. Paulo e sou presidente da Associação dos Consumidores de Setúbal. No futuro pretendo manter-me ativo, ler, pintar, passear e conviver com os amigos.

 

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Vietname

 

Um livro

O Conde de Abranhos (Eça de Queirós)

 

Uma música

Concerto de Aranguês

 

Um ídolo

Não tenho

 

Um prato

Chocos grelhados com tinta

 

Um conceito

Solidariedade

publicado por Joaquim Gouveia às 13:33

25
Jan 14

 

 

“ O MAIS IMPORTANTE É O SENTIDO QUE DAMOS À VIDA”

 

Fernando da Costa Paulino é professor de Educação Tecnológica e poeta por inspiração. Teve uma infãncia feliz com a liberdade para brincar que uma quinta possibilita. Pensa que o ser humano nunca teve apetência para distribuir a riqueza mas valoriza a paz e a família. Tem sido um cidadão ativo na criação e dinamização de vários clubes e projetos. É um homem de fé e esperança e acredita que o que nos move é um lugar de reencontro num tempo qualquer. Gosta de Jorge Palma, adorava vistar o Havai e está empenhado na criação da Casa da Poesia de Setúbal

 

Como foi a sua infância?

Sou nascido e criado em Setúbal. Tive uma infância normal com muita brincadeira e amigos. Como morava numa quinta tinha muitos animais e árvores de fruta e tinha ainda toda a liberdade para inventar brincadeiras. Ficava na zona da Meia Laranja. Andei na antiga escola primária do Bairro Salgado e fui aluno da D. Fernanda, da primeira à quarta classe.

 

O primeiro amor…

Não era muito de namoros. Os primeiros amores são sempre platónicos. Aconteceu mais tarde, na escola secundária.

 

E o primeiro emprego…

No despachante oficial Vasco Verdes, como paquete. Ía ás Finanças e à capitania buscar e entregar papelada. Foi um trabalho de férias escolares.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma boa casa nas Colinas de S. Francisco Xavier. Tem conforto e qualidade de construção e vista sobre o rio Sado e a serra da Arrábida. A minha casa é sempre muito importante. É uma casa que me inspira a escrever. Fiz lá várias obras com as quais concorri a diversos concursos de poesia.

 

O que pensa do mundo?

O ser humano nuinca teve apetência para distribuir a riqueza, por isso há tanta fome e desigualdades. Valorizo a paz e os direitos humanos. O mais importante é o sentido que nós damos à vida.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Mais ou menos. Profissionalmente já fiz muita coisa. Criei muitos clubes e projetos. Fui coordenador, delegado e tive outros cargos. Realizei-me ao longo do tempo. Ao fim de 33 anos de ensino sinto-me um pouco cansado. O ensino mudou bastante e hoje a escola é o espelho da sociedade. No entanto, sinto-me um homem feliz e realizado com o meu casamento e com os meus dois filhos. Valorizo muito a família.

 

Como se resolve a crise?

Mandando a Troika embora e a tentar reestruturar as causas sociais. A nível nacional há muitas crises e a pior é a corrupção e o compadrio. É fundamental dar trabalho ás pessoas para lhes devolver a dignidade. Não prevejo que melhoremos rapidamente. Vamos ter que reconstruir muita coisa, nomeadamente, o emprego e o poder de compra.

 

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Sou crente, tenho fé e esperança. O que nos move na vida é um lugar de reencontro num tempo qualquer. Acredito que há vários tempos. E então, noutro tempo e noutro lugar nos havemos de reencontrar. As pessoas têm que ter sempre esperança.

 

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Há sempre pequenas coisas que vamos mudando. As atitudes. As escolhas, as discussões, enfim, coisas pontuais. No meu caso mudaria apenas essas questões pontuais.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Sou professor de Educação Tecnológica, na escola EB 2/3 de Aranguês. Sou também poeta e dinamizo um grupo de xadrez nas escolas. O próximo projeto é a criação da Casa da Poesia de Setúbal.

 

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Havai

 

Um livro

Cem anos de solidão (Gabriel Garcia Marquez)

 

Uma música

Gaivota das alteirinhas (Jorge Palma)

 

Um ídolo

John Lennon

 

Um prato

Feijoada de grão à alentejana

 

Um conceito

Não somos para saber, sabemos para ser

publicado por Joaquim Gouveia às 13:50

24
Jan 14

 

 

SINTO QUE JÁ FIZ COISAS MUITO INTERESSANTES”

 

 

Eduardo Santana é um dos artistas que partilha palcos e estradas pelo país e junto das comunidades portuguesas radicadas além fronteiras. Teve uma infância difícil depois da morte do seu pai. A mãe., lutadora como faz questão de sublinhar criou três filhos com denodo e  esforço, o que acabou por garantir-lhes uma vida feita a pulso mas com uma infância feliz apesar das vicissitudes. Foi um bom aluno na escola e isso deu-lhe o discernimento para perceber que o mundo é feito por disparidades gritantes que o preocupam e afligem. É crente em Deus mas não compreende que apesar de toda a sua fé não consiga realizar objectivos que outros sem fé e com desprezo pelos valores católicos conseguem atingir

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Monchique, no Algarve e fui morar para Lisboa com 18 meses. Aos 2 anos fomos para a Costa da Caparica, onde vivi até ser adulto. Tive uma infância difícil. A minha mãe ficou viúva muito cedo e com 3 filhos pequenos para criar. Nunca passei fome mas sentíamos algumas dificuldades. Lembro-me de andar descalço aos 5 anos. Só tinha os sapatos para calçar aos domingos. No entanto fui um ótimo aluno na escola. Brinquei bastante com os meus amigos. Acho que no meio de tantas dificuldades tive uma infância feliz. A minha mãe foi sempre uma grande lutadora.

 

O primeiro amor…

Era a Lurdinhas. Ainda hoje somos amigos. Tinhamos 6 anos. Lembro-me que o namoro durou até aos 11 anos. Sofria bastante com os ciúmes que tinha por ela.

 

E o primeiro emprego…

Numa mercearia com 10 anos. Ía para a escola de manhã e para o trabalho à tarde. Aos 11 anos comecei a trabalhar a tempo inteiro. Ganhava 70 escudos por semana.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa onde me sinto bem. É a casa possível que posso ter nesta altura. É espaçosa, confortável e com varandas como eu gosto. Tem tudo o que precisamos para o dia a dia. Fica no 3º andar de um prédio. De certa forma é o meu refúgio. A decoração é ao gosto da minha mulher que, por sinal, tem muito bom gosto.

 

O que pensa do mundo?

Vejo o mundo de duas maneiras: por um lado acho-o surpreendente, por outro sinto uma grande desilusão. Acho fantástico o desenvolvimento das novas tecnologias como as telecomunicações, a própria internet. Também ao nível da descoberta de novos planetas me sinto surpreendido. A desilusão passa pelo fato de existirem ainda as guerras, muita fome e desigualdades. Isso aflige-me. O fato de perceber que os estadistas que gerem o mundo preocupam-se pouco pelo ser humano também me aflige. As disparidades sociais são gritantes. As descobertas na medicina ainda não acompanham as grandes preocupações ao nível das doenças terríveis e mortais.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sinto que já fiz coisas muito interessantes. Consegui atingir etapas importantes tanto a nível profissional como humano. Os meus espetáculos, os meus discos, as minhas viagens e as amizades fazem-me sentir bem comigo mesmo.

 

Como se resolve a crise?

Com muito trabalho, dedicação e sacrifício. No entanto, a forma mais fácil de resolver será quando os estadistas pensarem que têm que tirar mais aos ricos e menos aos pobres e à classe média.

 

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Sou católico não praticante. No entanto, acredito que Deus existe e que faz muito por nós e pela humanidade. Mas é necessário ter fé para perceber esta ideia. Eu sou um homem de fé, sinto que atingi vários objetivos mas há muitos que, apesar da minha fé, não consigo concretizar e isso faz-me muita confusão. Há quem não seja crente, não tenha fé, goze, inclusivé, com os valores católicos e tenha uma vida farta e de grande dimensão.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Não mudaria nada. Queria voltar a ser artista, ter os filhos que tenho e os amores e desamores que tive, as viagens que fiz e as amizades que mantenho. Faria tudo como fiz até aqui.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Continuo a cantar e assim irei continuar até que a voz e as forças me permitam. A minha vida será sempre ligada à música.

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Brasil

 

Um livro

O segredo (Rhonda Byrne)

 

Uma música

O meu sucesso “Eh! Carapau” (José Orlando/Carlos Soares)

 

Um ídolo

Eusébio

 

Um prato

Iscas à portuguesa

 

Um conceito

Honestidade

publicado por Joaquim Gouveia às 12:08

23
Jan 14

 

 

Com o apoio: “HOTEL DO SADO”

 

“DEUS NÃO TERIA FEITO TANTAS ASNEIRAS...”

 

Jorge Santos é uma daquelas pessoas que já experimentaram diversas áreas de atividade embora o jornalismo seja uma paixão que remonta ao seu primeiro emprego no jornal “O Setubalense”, há 49 anos. Com três dias de vida andou a boiar na casa dos seus pais por força de uma cheia que levou o Sado, a inundar as Praias-Sado. Pensa que o mundo é uma esfera que tanto nos coloca em cima, como em baixo embora, na prespectiva do Homem, este fique sempre por cima. Para resolver a crise é necessário mudar o Governo e os políticos e ter um grande controlo sobre quem arrecada muito. Adora dobrada com feijão branco e o seu livro de eleição dá pelo título “Todos os nomes”, com assinatura de José Saramago

 

 

Como foi a sua infância?

Nasci nas Praias-Sado. Com três dias de vida andei a boiar nas águas do Sado, por causa de uma cheia que inundou a casa dos meus pais. Vim para Setúbal, com dois anos e meio, para a zona da Estrada de Santas. Voltava às Praias, nas férias. Andei na chamada “escola dos vinte e cinco tostões por semana”, que é hoje equivalente à pré-primária. . Depois fui para a primária da Fonte do Lavra. Havia muita brincadeira nos quintais e tinha muitos amigos  com quem ainda hoje privo.

 

O primeiro amor…

Tive vários amores de Liceu, mas nunca namorei enquanto estudei. O primeiro amor aconteceu aos 17 anos, com uma rapariga da zona onde morava e que me fez disparar o coração-

 

E o primeiro emprego…

No jornal “O Setubalense”, na Redação, como jornalista. Ganhava 600 escudos por mês.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa agradável com várias janelas voltadas a sul e uma a norte para renovar o ar. Gosto muito de estar sózinho em casa. Sou um homem que pensa bastante e que prefere estar só e concentrado nos meus pensamentos.

 

O que pensa do mundo?

Tenho muito respeito por todos os povos e suas culturas. O mundo é uma esfera que nos colaca ora em cima, ora em baixo. Na nossa prespectiva nós estamos sempre em cima. O mundo é o que nós temos e o que nós fazemos.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Nunca fui de sonhos nem de grandes idealismos. Sempre fiz o que gostava de fazer e não me sinto frustrado. Tenho experiências em diversos ramos de atividades profissionais e todas elas me deram prazer e dinheiro.

 

Como se resolve a crise?

Mudando de Governo e de políticos. Temos que ter atenção a quem ganha pouco, muita atenção a quem ganha mais um pouco e um grande controlo sobre quem arrecada muito.

 

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Acho que foi o Homem quem criou Deus. Sou ateu graças a Deus... Admitindo que foi Deus, quem criou isto penso que não teria feito tantas asneiras porque dizem que ele é justo e honesto.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Tinha-me recusado ao problema de saúde que tive. De resto não mudaria nada.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Estou aposentado. Tenho alguns convites dentro da área do jornalismo e pretendo editar dois livro: um sobre as bebedeiras e festas no tempo da guerra colonial e outro sobre o problema de saúde que atingiram a mim e ao meu filho.

 

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Angola

 

Um livro

Todos os nomes (José Saramago)

 

Uma música

Mozart

 

Um ídolo

Não tenho

 

Um prato

Dobrada com feijão branco

 

Um conceito

Gosto muito do futuro porque é aí que vou passar os meus últim

publicado por Joaquim Gouveia às 09:02

22
Jan 14

 

 

Com o apoio “HOTEL DO SADO”

 

“O MUNDO OBRIGA-NOS A CORRER PARA NOS SAFARMOS”

 

Nasceu em Setúbal, tem 41 anos, formou-se em Engenharia de Operações Florestais e especializou-se em Sistemas de Informação Geográfica. Trabalhou na AFLOPS – Associação de Produtores Florestais da Península de Setúbal cerca de quatro anos. O Projeto do “Charroque da Profundurra” surgiu, há quatro anos atrás, por brincadeira, quando decidiu fazer um blog com o mesmo nome para divulgar textos sobre o falar setubalense.

 

Como foi a sua infância?

Foi uma infância muito feliz e muito diversificada em termos de espaço. Até aos 5 anos vivi em Setúbal mas a partir daí os meus pais foram viver para um meio semi-rural em Palmela. O meio que terá influenciado a minha formação académica. Aprendi muitas brincadeiras ligadas ao campo, como a das fisgas, faziam-se fogueiras e muitas outras brincadeiras que actualmente são proibidas.

 

O primeiro Amor…

A minha mulher, o meu único amor, mãe das minhas duas filhas.

 

E o primeiro emprego…

Foi na CELPA,indústria papeleira, já estava formado. Estava relacionado com sistemas de informação geográfica e fazia a verificação de mapas. 

 

Como define a sua casa?

É uma casa espaçosa, adoro a minha sala toda em madeiras. É uma casa muito agradável, onde gosto de receber os meus amigos. É o lugar onde guardo as minhas várias colecções de banda desenhada, vinil, entre outros objectos que contam muitas histórias.

 

O que pensa do mundo?

Vejo o mundo muito acelerado, que nos obriga a correr para nos safarmos. Vivemos num sistema de capitalismo que não funciona, porque não dá prioridade às pessoas. Reconheço, no entanto, que faz avançar muito o mundo.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sim, humanamente formei a minha família, continuo a conviver diariamente com os meus pais e sinto que tenho sorte em conseguir conjugar trabalho e família.

Profissionalmente, embora já tivesse feito imensas coisas, ainda há muitas ideias para desenvolver. O projecto “Charroque da Profundurra” é um projecto para levar pela vida fora.

 

Como se resolve a crise?

Com o actual sistema criado vai ser muito difícil. Os nossos governantes querem resolver a crise mas acabam por criar problemas às pessoas. Acredito que se resolve com a criação de um sistema que assente nas necessidades básicas das pessoas.

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem que criou Deus?

Sou ateu e não acredito num Deus superior, não foi educado a acreditar num Deus. Prefiro acreditar numa série de coincidências do tempo do que num Deus.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Não mudava nada, fazia tudo igualzinho.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Tenho várias ideias que vão avançar para o desenvolvimento do “Charroque da Profundurra”. Criarei pacotes à semelhança dos produtos da “Vida é Bela”. As t-shirts do “Charroque” passarão a proporcionar experiências, como o direito a um excerto de uma peça de teatro à charroco, em casa ou num restaurante, entre outras possibilidades. Voltarei, também, a promover a iniciativa da tatuagem do charroco, através da aquisição de uma t-shirt.

 

CAIXA DE PALAVRAS

 

Um destino

India

 

Um livro

 Os Correios (Charles Bukowski)

 

Uma Música

The Number of the Beast (Iron Maiden)

 

Um ídolo

Jane Goodall

 

Um prato

Choco Frito

 

Um Conceito

A Amizade

 

publicado por Joaquim Gouveia às 20:42

 

 

Com o apoio: "HOTEL DO SADO"

 

 

“ O MUNDO É UM LUGAR PERIGOSO PARA OS MAIS FRACOS”

 

O Dr. Catarino Costa é um homem bem conhecido na região. Desempenhou vários cargos politícos e tem intervindo de forma presente em vários setores da nossa comunidade. Nasceu em Cabrela, passou por Borba e veio morar para Setúbal, com tenra idade. Tem recordações da sua infância passada no bairro Salgado e de gostar imenso de jogar futebol embora, felizmente, como faz questão de frisar,não tenha chegado a profissional. Pensa que o mundo é fantástico mas ao mesmo tempo perigoso para os mais fracos. O seu ídolo foi José Águas, adora leitão à bairrada e quer, no futuro, participar nas atividades de cidadania

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Cabrela, porque os meus pais, que eram professores, foram lá colocados para dar aulas no seu primeiro ano de carreira. Depois fomos morar para Borba, onde nasceu a minha irmã. Vim para Setúbal com 5 anos. Foi uma infância feliz. Morei no Bairro Salgado e convivi com a rapaziada com quem brinquei bastante naquela zona da cidade. Andei na antiga escola Conde Ferreira, onde fui sempre bom aluno. Tive uma grande paixão pelo futebol mas acabei por nunca ser profissional, felizmente.

 

O primeiro amor…

Não tenho uma memória muito presente dessa questão pelo menos da forma que ela é colocada. Talvez na infância, na escola, alguma brincadeira mais inocente e sem consequências.

 

E o primeiro emprego…

Na Sopragol, empresa de concentrado de tomate que ainda existe. Fui diretor administrativo e financeiro. Acho que ganhava 5 contos por mês.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É grande, bonita e confortável. Fica na Quinta do Padre Nabeto. É onde me sinto bem. Tem uma decoração muito feminina, ao gosto da minha esposa.

  

O que pensa do mundo?

Penso que tem ainda muita injustiça e muitas desigualdades que precisam de ser corrigidas e Deus devia olhar bastante mais por isso. Gosto muito de viver e sou uma pessoa positiva e, portanto, adoro o mundo onde vivo embora reconheça que há muito a caminhar na direção da perfeição. O mundo é um lugar perigoso para os mais fracos, mas ao mesmo tempo é fantástico.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Totalmente nunca nos sentimos realizados. Considero que atingi um grau elevado de satisfação nessas duas vertentes, muito especialmente porque procurei ser sempre eu e construir o meu futuro.

 

Como se resolve a crise?

Do meu ponto de vista não está disponível nenhum modelo teórico que aponte para a resolução rápida da maior parte dos problemas mais importantes. Todos temos que fazer o que for possível. As insuficiências para tomar medidas adequadas são muito grandes.

 

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Penso que as duas coisas. É impossível conhecer a nossa realidade sem acharmos que há qualquer coisa de superior e sobrenatural que nos tenha feito chegar aqui. Mas a ideia de Deus é construída pelo cérebro humano na medida da consciência das suas limitações. O que o Homem não explica ou não resolve espera que Deus o faça.

  

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Tenho ideia de que o que fiz foi sempre em função de um conhecimento que tinha na altura. Se tivesse possibilidade de prever o futuro possivelmente muitas opções teriam sido diferentes. Não estou nada arrependido do meu percurso de vida.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Sou diretor da Parpública. No futuro pretendo fazer tudo aquilo que as minhas forças me permitirem, nomeadamente, participar mais ativamente nas atividades cidadãs.

 

 

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Paris

 

Um livro

Os Maias (Eça de Queirós)

  

Uma música

Beatles

  

Um ídolo

José Àguas (Benfica)

 

Um prato

Leitão à bairrada

 

Um conceito

Solidariedade

 

publicado por Joaquim Gouveia às 07:06

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