Entrevistas de JoaQuim Gouveia

20
Jan 14

 

 

“UTILIZAMOS A TECNOLOGIA DA PIOR FORMA”

 

João Viegas é militante do CDS/PP e deputado na Assembleia da República. Nasceu em Sá da Bandeira e conviveu com os momentos conturbados da descolonização após o 25 de Abril. Já em Setúbal, recorda uma infância feliz. Brincou, namorou e começou a trabalhar com 17 anos. Tem do mundo uma imagem de evolução rápida à qual é necessária uma permanente adaptação. É católico, acredita em Deus, mas pensa que que a criação do Homem é assunto para uma discussão mais alargada. Tem projetos para o futuro, nomeadamente, para a dinamização do tecido empresarial de Setúbal

 

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Sá da Bandeira, 1970. Vim para Setúbal com 5 anos. Recordo-me dos tempos conturbados da independência. A nossa vinda para Portugal, foi bastante complicada pela falta de transportes e pelas incertezas que existiam na altura. Tivemos para integrar uma caravana automóvel que seguia para a África do Sul, que acabou por ser atacada. Acabámos por ir para Luanda, para um campo de refugiados até conseguirmos avião para Portugal. Já em Setúbal, tive uma infância normal, atribulada no inicio, mas, depois as coisas recompuseram-se. Morei no bairro de Troino, dos 5 aos 23 anos. Andei na escola 14 do Montalvão, conhecida pelas Laranjeiras.

 

O primeiro amor…

Tive vários namoricos na escola primária, inocentes e sem consequências. Um piscar de olhos, umas brincadeiras e uns beijinhos ás escondidas.

 

E o primeiro emprego…

Aos 17 anos na Mafersul, no departamento de contabilidade, penso que deveria ganhar à volta de 45 contos.

 

Como é a sua casa? Como a define?

Tem uma vista privilegiada sobre a cidade e sobre o rio Sado , na zona da Anunciada. Tem uma decoração moderna. É o espaço onde nos sentimos confortáveis. E em certa medida é o nosso refúgio. É o espaço onde a família se reúne, o nosso porto de abrigo.

 

O que pensa do mundo?

Está num processo de mudança permanente. É o período de evolução da humanidade onde maior mudança se regista e onde temos que permanentemente nos adaptar embora essa evolução nem sempre aponte nos melhores caminhos, nomeadamente, os ambientais e até mesmo os humanos. Há novas tecnologias que utilizadas ao serviço da guerra são um aspeto negativo desta evolução. Melhorámos em termos tecnológicos mas utilizamos essa tecnologia da pior forma no que se refere à guerra e ao armamento. É estranho que ainda existam tantos conflitos no mundo.

  

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Nunca nos devemos sentir totalmente realizados. Ainda sou novo para sentir a realização. Há muito que ainda gostaria de fazer e não tive oportunidade tanto a nível profissional como pessoal.

 

Como se resolve a crise?

Era bom termos uma varinha mágica... Em Portugal temos que alterar aquilo que foram as práticas das ultimas décadas em que se ganhou mais do que aquilo que se tinha.Temos que criar condições para a implementação de novas empresas que gerem riqueza e postos de trabalho. Essa tem de ser a grande aposta. Os ultimos dados mostram que estamos a inverter a tendência para o aparecimento dessas novas empresas. Hoje por cada empresa que fica insolvente abrem duas novas. São dados oficiais. Isto mostra que as pessoas acreditam, apostam e investem. Este é o caminho certo para resolver a crise. Em determinada altura as empresas começaram a depender em demasia do Estado. Por força da crise essa têndencia teve que se alterar e as empresas exportam cada vez mais. Mesmo ao nível da agricultura este é um dado relevante.

 

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Sou católico. Essa é uma questão muito difícil. Tem a ver com a crença. Na dúvida refugiamo-nos em algo mais abstrato. Penso que existe Deus e que ele terá criado o Homem, mas este assunto é muito complexo e daria muita discussão.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Tenho como modo de vida que o que está feito, feito está. Não valeria a pena alterar nada. É preciso passar pelas situações e experiências para lhes dar valor e termos a perceção se deveríamos mesmo não fazer diferente.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Sou deputado na Assembleia da República pelo CDS/PP. Temos vários projetos para desenvolver, principalmente, em Setúbal, ao nível da dinamização do tecido empresarial. A experiência que tenho adquirido ao nível político tem-me dado o conhecimento mais aprofundado para puder no futuro desenvolver alguns projetos pessoais que possam contribuir para a realização pessoal e para a comunidade.

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Nova York

 

Um livro

O nome da rosa (Umberto Eco)

 

Uma música

Raffles Nakes (Loyd Cole)

 

Um ídolo

A minha mãe

 

Um prato

As lulas recheadas que a minha mãe fazia

 

Um conceito

Nunca desistir e acreditar nas nossas convicções

publicado por Joaquim Gouveia às 07:54

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