“O FUTURO É UM DIA DE CADA VEZ”
Carlos Branco é um associativista de corpo inteiro. É diretor de várias instituições e um impulsionador da defesa do meio ambiente e do próprio planeta. Não tem recordações da infância porque começou a trabalhar muito cedo, com apenas 13 anos. O seu primeiro amor foi o futebol e viu a estreia de Simões, no Estádio da Luz, quando tinha 6 anos. Pensa que o Homem é o animal menos inteligente e o que mais destrói entre todas as espécies. Gostava de visitar S. Tomé e Príncipe e adora ler poesia de Setúbal. O seu principal conceito é a lealdade
Como foi a sua infância?
Nasci em Lisboa, morei em Abrantes e vim para Setúbal, com 12 anos. Não tenho amigos de infância, pelo menos até chegar a Setúbal, perdi o contato com eles. Comecei a trabalhar muito cedo, com apenas 13 anos, pelo que não tenho recordações da minha infância. Talvez tivesse algumas brincadeiras com o meu irmão e um ou outro vizinho. Recordo-me bem, isso sim, do meu professor da instrução primária.
O primeiro amor…
Foi o futebol. Comecei a jogar ainda muito pequenino. Aos 6 anos vi a estreia do Simões, no Estádio da Luz, num jogo que o Benfica empatou com o Sporting, a três golos.
E o primeiro emprego…
Aos 13 anos como paquete num escritório em Lisboa. Ganhava 900 escudos por mês
Como é a sua casa? Como a define?
É uma casa normal, de família. As minhas duas filhas já casaram e fiquei a morar apenas com a minha esposa. Mas entretanto ganhámos um neto. Do meu quintal vejo o rio Sado e a serra da Arrábida e isso é maravilhoso. De resto é uma casa confortável e foi económica.
O que pensa do mundo?
Somos o animal menos inteligente que habita o planeta. Nenhuma outra espécie o destrói tanto como o Homem.Tento defender o mundo o máximo que posso mas não me sinto correspondido pelos outros nesse propósito. O mundo é a partilha entre o dar e o receber.
Sente-se realizado humana e profissionalmente?
Sim. Já conclui a minha profissão de técnico industrial e nos últimos anos fui formador e passei conhecimentos a muitos jovens. Humanamente, ao nível familiar consegui uma estabilidade educacional e no campo associativo tenho contribuído para proporcionar aos outros o que eu não tive.
Como se resolve a crise?
Não a provocando. Com prevenção. Não acredito nas crises. São provocadas por quem irá usufruir mais do resultado que vem a seguir. Não devemos repetir os erros do passado e controlar o que damos valor nesta vida.
Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?
Alguns Homens criam um Deus próprio e só assim se explica que existam vários deuses. Não acredito em Deus, mas respeito a religião e a fé de cada um. É tudo criado por nós.
Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?
Não esperava estar tão velho... mas não mudaria nada. Acho que tudo o que fiz foi ponderado, pensado e feito na altura certa. Naturalmente, hoje teria outras condições para fazer tudo o que já fiz.
Que faz no presente e que projectos para o futuro?
Estou reformado. Sou diretor da Federação das Colectividades do Distrito de Setúbal, da Amba e da Associação dos Bombeiros Voluntários de Setúbal. O futuro é um dia de cada vez.
(uma resposta!)
Um destino
S. Tomé e Príncipe
Um livro
Poesias de Setúbal (todos os poetas do concelho)
Uma música
Second silence (Simon & Garfunkel)
Um ídolo
Nené (Benfica)
Um prato
Cozido à portuguesa
Um conceito
Lealdade
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