Com o apoio: "HOTEL DO SADO"
“O MUNDO OBRIGA-NOS A CORRER PARA NOS SAFARMOS”
Entrevista de Helena Galvão Pacheco
Nasceu em Setúbal, tem 41 anos, formou-se em Engenharia de Operações Florestais e especializou-se em Sistemas de Informação Geográfica. Trabalhou na AFLOPS – Associação de Produtores Florestais da Península de Setúbal cerca de quatro anos. O Projeto do “Charroque da Profundurra” surgiu, há quatro anos atrás, por brincadeira, quando decidiu fazer um blog com o mesmo nome para divulgar textos sobre o falar setubalense.
Como foi a sua infância?
Foi uma infância muito feliz e muito diversificada em termos de espaço. Até aos 5 anos vivi em Setúbal mas a partir daí os meus pais foram viver para um meio semi-rural em Palmela. O meio que terá influenciado a minha formação académica. Aprendi muitas brincadeiras ligadas ao campo, como a das fisgas, faziam-se fogueiras e muitas outras brincadeiras que actualmente são proibidas.
O primeiro Amor…
A minha mulher, o meu único amor, mãe das minhas duas filhas.
E o primeiro emprego…
Foi na CELPA,indústria papeleira, já estava formado. Estava relacionado com sistemas de informação geográfica e fazia a verificação de mapas.
Como define a sua casa?
É uma casa espaçosa, adoro a minha sala toda em madeiras. É uma casa muito agradável, onde gosto de receber os meus amigos. É o lugar onde guardo as minhas várias colecções de banda desenhada, vinil, entre outros objectos que contam muitas histórias.
O que pensa do mundo?
Vejo o mundo muito acelerado, que nos obriga a correr para nos safarmos. Vivemos num sistema de capitalismo que não funciona, porque não dá prioridade às pessoas. Reconheço, no entanto, que faz avançar muito o mundo.
Sente-se realizado humana e profissionalmente?
Sim, humanamente formei a minha família, continuo a conviver diariamente com os meus pais e sinto que tenho sorte em conseguir conjugar trabalho e família.
Profissionalmente, embora já tivesse feito imensas coisas, ainda há muitas ideias para desenvolver. O projecto “Charroque da Profundurra” é um projecto para levar pela vida fora.
Como se resolve a crise?
Com o actual sistema criado vai ser muito difícil. Os nossos governantes querem resolver a crise mas acabam por criar problemas às pessoas. Acredito que se resolve com a criação de um sistema que assente nas necessidades básicas das pessoas.
Deus criou o Homem, ou foi o Homem que criou Deus?
Sou ateu e não acredito num Deus superior, não foi educado a acreditar num Deus. Prefiro acreditar numa série de coincidências do tempo do que num Deus.
Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?
Não mudava nada, fazia tudo igualzinho.
Que faz no presente e que projetos para o futuro?
Tenho várias ideias que vão avançar para o desenvolvimento do “Charroque da Profundurra”. Criarei pacotes à semelhança dos produtos da “Vida é Bela”. As t-shirts do “Charroque” passarão a proporcionar experiências, como o direito a um excerto de uma peça de teatro à charroco, em casa ou num restaurante, entre outras possibilidades. Voltarei, também, a promover a iniciativa da tatuagem do charroco, através da aquisição de uma t-shirt.
CAIXA DE PALAVRAS
Um destino
India
Um livro
Os Correios (Charles Bukowski)
Uma Música
The Number of the Beast (Iron Maiden)
Um ídolo
Jane Goodall
Um prato
Choco Frito
Um Conceito
A Amizade