Entrevistas de JoaQuim Gouveia

06
Fev 14

 

Com o apoio “HOTEL DO SADO”

 

“SOU UMA PESSOA CHEIA DE SORTE”

 

Paulo Sérgio é um conhecido jornalista que nos últimos anos tem abraçado a área desportiva tanto em televisão como na rádio. No presente trabalha na RTP e gostava de voltar a ter um experiência no estrangeiro como formador. A infância viveu-a  na casa dos avós e na taberna que estes tinham perto do antigo quartel dos Bombeiros Voluntários. A sua mulher foi mesmo o seu primeiro amor e a sua casa é um refúgio com varanda sobre a baía do Sado. Conhece mais de 100 países e sabe que a pobreza no mundo ocidental é mais dura que no resto do mundo. Para si a crise resolve-se com mais produção e trabalho. Lamenta que os mais capazes estejam a sair do país. Acredita em algo que nos comanda mas não sabe o que é. Gostava de regressar a Hong Kong, não tem ídolos e não dispensa uma boa sardinhada

 

 

Como foi a sua infância?

Nasci no hospital de S. Bernardo, e tive uma infância normal e feliz. O meu avô tinha uma taberna na rua António Maria Eusébio e eu, praticamente, cresci e brinquei ali, junto ao antigo quartel dos Bombeiros Voluntários. Andei muito de bicicleta, joguei ao pião e ao berlinde e outras brincadeiras. Frequentei a escola particular da D. Cremilde, no bairro Santos Nicolau. Aprendi as primeiras letras com a D. Irene e depois com a própria D. Cremilde. Fiz lá o exame da 4ª classe. Vivi a minha infância quase toda na casa dos meus avós.

 

O primeiro amor…

Não tenho memória. Penso que terá sido mesmo a minha mulher, embora até tivesse muitas namoradas enquanto fui jovem. Mas amor, o primeiro amor, foi realmente a minha mulher até porque ela foi a primeira namorada a entrar na minha casa.

 

E o primeiro emprego…

No restaurante 1ª de Janeiro, na Volta da Pedra, com 15 anos. Ajudava a servir os casamentos e ganhava 500 escudos por festa.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É o meu refúgio, onde tenho os meus livros (sou um leitor compulsivo), onde tenho os meus papéis e fotografias e onde está a minha vida. É um apartamento acolhedor onde vivo com a minha mulher e o meu filho. Tem uma enorme varanda sobre a baía de Setúbal.

 

O que pensa do mundo?

Sou uma pessoa cheia de sorte porque conheço algum mundo através dos meus olhos nas viagens que faço. Já visitei mais de 100 países. Penso que o mundo é desequilibrado onde há ricos demasiadamente ricos e pobres demasiadamente pobres, ou seja, não há equílibrio e há países onde isso choca mais. Um pobre no mundo ocidental é mais pobre que no resto do mundo. É uma pobreza que impressiona mais. Noutros países a própria natureza reduz os efeitos da pobreza.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Ainda não me sinto totalmente realizado. Humanamente sentir-me-ei realizado quando o meu filho tiver as armas todas para seguir a sua viagem e realizar a sua vida sem dificuldades. Tento ser bom pai, bom marido e bom filho todos os dias. Profissionalmente quero ainda fazer muita coisa. Já fiz muito mas há ainda muito por realizar. Gostava de fazer a cobertura de uma campanha eleitoral.

  

Como se resolve a crise?

Se eu soubesse... A crise não tem solução. Vai-se resolvendo. É cíclica. O país tem que criar condições para ser diferente, produzir mais, e dar dignidade a quem trabalhar. Preocupa-me o facto das pessoas que foram afetadas pela crise já não conseguirem recuperar e isso torna o país mais pobre. Os mais capazes estão a sair do país.

 

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Acho que foi o Homem quem criou Deus. Não sou muito crente. Acredito que há alguém que manda em nós e nos condiciona. Mas o Homem necessita acreditar nalguma coisa. Há na verdade algo que nos criou mas ninguém ainda nos mostrou o que é. Por isso tem um nome diferente em cada religião.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Do ponto de vista profissional não. Perdi o meu pai recentemente e acho que não fui tão bom filho como ele merecia. Talvez mudasse isso.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Sou um dos responsáveis pela informação diária de desporto da R.T.P.. Estou com o projeto da seleção nacional de futebol até ao Campeonato do Mundo. Gostava de voltar a ter uma experiência no estrangeiro a dar formação tanto na televisão como na rádio.

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Hong Kong

 

Um livro

A primeira aldeia global (Martin Page)

 

Uma música

All i need is a miracle (Michael and Mechanics)

 

Um ídolo

Não tenho

 

Um prato

Sardinhas assada

 

Um conceito

Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje

publicado por Joaquim Gouveia às 09:57

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