Entrevistas de JoaQuim Gouveia

10
Fev 14

 

Com o apoio “HOTEL DO SADO”

 

“O MUNDO É UMA BARCA ONDE NOS AVENTURAMOS”

 

Fernando Casaca é um homem de teatro. Desenvolve várias áreas técnicas na companhia do Teatro do Elefante. Diz-se filho do Bairro do Liceu, que calcorreou e brincou em criança levando as suas correrias à Várzea da cidade. No seu primeiro emprego ministrou a alfabetização. A sua casa é a sua segunda pele que partilha com família e amigos. Pensa que o mundo é uma barca onde nos aventuramos e que a crise se resolve com criatividade. Deus é apenas uma ideia criada pelo Homem, para explicar dúvidas e fenómenos naturais. É admirador de Che Guevara e adora cozido à portuguesa. Pequim é o seu destino de eleição

 

 

Como foi a sua infância?

Sou de Setúbal, filho do Bairro do Liceu, como costumo dizer. Nasci numa quinta na Urbisado. Foi uma infância comum a quem nasceu nos anos 60. Assisti á expansão da cidade a norte e à implantação de várias fábricas na zona da Mitrena. As férias eram passadas em Tróia. Andei à escola num colégio que existia junto ao Estádio do Bonfim.Era um bom aluno. Brincava a tudo o que era normal naquela altura. Tive, também, uma grande relação com a Várzea da cidade.

 

O primeiro amor…

Tinha 10 anos. Fui a um casamento e vestiram-me com um fato de abas de grilo. Ela parecia a noiva. Aliás, acho que era irmã da noiva. O meu coração bateu mais depressa. Coisas de criança.

 

E o primeiro emprego…

Na alfabetização. Fui professor de cursos de ensino básico para adultos. Tinha 18 anos. Não me recordo quanto ganhava nesse tempo.

 

Como é a sua casa? Como a define?

A minha segunda pele que eu gosto de partilhar com a família e os amigos.

 

O que pensa do mundo?

É uma barca onde nos aventuramos e onde podemos ir construíndo e descobrindo aquilo que realmente somos.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Não. Ainda tenho muito para fazer, para construir, para aprender e, sobretudo, para contribuir. Gosto do que faço e isso é um privilégio.

 

Como se resolve a crise?

Com muita criatividade e com uma aposta muito grande no fator humano. A crise é natural no sistema capitalista. O que me preocupa são as medidas de austeridade porque essas são destrutivas. É a política da terra queimada, é a morte. Temos que investir em novos processos e numa nova mentalidade. Os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Estamos abaixo do limiar da pobreza. Pelo investimento na criatividade será possível encontrar soluções para a crise.

 

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

É uma relação dialética, ou seja, o infinito, a natureza criou o Homem e as condições para que ele surgisse neste planeta. O ser humano em face das suas dúvidas e dos fenómenos naturais que acontecem á sua volta criou a ideia de Deus.

 

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Não estou arrependido de nada do que fiz apesar de nalguns casos me ter sentido decepcionado. Não coloco essa questão a mim próprio. O passado não me pesa embora me socorra dele para avançar no presente.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Sou profissional de teatro como ator, encenador, dramaturgista e programador. No futuro quero aprofundar cada uma destas áreas com mais conhecimento, saber e mais recursos técnicos e materiais.

 

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Pequim

 

Um livro

O velho e o mar (Ernest Hemingway)

 

Uma música

Balada das 7 saias (Trovante)

 

Um ídolo

Che Guevara

 

Um prato

Cozido á portuguesa

 

Um conceito

Liberdade

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 09:55

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