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“O MUNDO ESTÁ UM BOCADO ESTRAGADO”
Célia David é atriz e diretora do Teatro de Animação de Setúbal. Nasceu no Alentejo, em Abela, no concelho de Santiago do Cacém, mas com apenas 6 anos radicou-se na Quinta do Anjo, onde cresceu, frequentou a escola primária e repartiu brincadeiras com os amigos. A sua casa é organizada, com 2 gatos e muitos livros. Pensa que o mundo está estragado por culpa do Homem, que não respeita o planeta. Sente-se de certa forma realizada porque diz gostar muito de si o que só lhe faz bem. A crise resolve-se quando puxarmos todos para o mesmo lado e houver uma mudança de mentalidades a favor da cultura dos povos. Adora a Arrábida, gosta de ouvir Lou Reed e o respeito é o seu principal conceito de vida.
Como foi a sua infância?
Foi ótima. Tenho pena não ter sido durante mais tempo. Brinquei muito, o mais que pude com amigos, com a minha irmã e sózinha. Nasci em Abela, Santiago do Cacém e depois fui morar para a Quinta do Anjo, quando tinha 6 anos. Ali fiz toda a escola primária. Fui boa aluna embora irrequieta e faladora, mas bem educada. Era uma escola feminina, antes do 25 de Abril. Lembro-me que a professora era a Dona Elisa.
O primeiro amor...
Não fui moça de muitos amores. O primeiro amor foi com um amigo meu de Palmela. Foi apenas platónico.
O primeiro emprego...
Foi no Teatro de Animação de Setúbal. Na altura ganhava 250 escudos por espetáculo.
Como é a sua casa? Como a define?
Organizada. Tem 2 gatos, tem muitos livros, é confortável e funcional. Gosto muito de estar em casa. Tem uma boa cozinha, o que é ótimo porque gosto muito de cozinhar.
O que pensa do mundo?
Acho que está um bocado estragado por culpa nossa. Devíamos ter mais respeito uns pelos outros e pelo próprio planeta. O problema são as relações de poder. Cada um de nós deveria contribuir para o bem estar de todos. É uma questão de mentalidade.
Sente-se realizada humana e profissionalmente?
Mais ou menos. Faço o que gosto, gosto muito de mim, sou muito minha amiga e isso traz-me realização Contudo, sou muito inquieta, por isso dificilmente posso estar completamente realizada, tanto a nível pessoal, como profissional.
Como se resolve a crise?
A crise financeira só se resolve quando trabalharmos todos no mesmo sentido de justiça e oportunidade. A crise de valores passa por uma mudança de mentalidades e pela educação e cultura dos povos.
Deus criou o homem, ou foi o homem que criou Deus?
Foi o Homem quem criou Deus. Sou católica e acredito que há um a entidade superior a que nós chamamos Deus, mas que não criou o Homem. Existe apenas para nos apoiarmos porque o Homem precisa disso, transmite-lhe segurança.
Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?
Talvez. Se a vida é uma aprendizagem, certamente corrigia algumas coisas.
O que faz no presente e que projetos tem para o futuro?
Sou diretora do Teatro de Animação de Setúbal e professora de expressão dramática. No futuro pretendo manter a minha atividade no teatro como docente. Acho que o meu trabalho é útil e contribuo para a educação e a cultura que são fundamentais.
CAIXA DAS PALAVRAS
Um destino
Arrábida
Livro
A um Deus desconhecido (John Steinbeck)
Uma música
Such a perfect day (Lou Reed)
Um ídolo
Não tenho
Um prato
Polvo à lagareiro
Um conceito
Respeito