Entrevistas de JoaQuim Gouveia

24
Jan 16

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COM O APOIO DO “HOTEL DO SADO”

 

“ O mundo é doce para poucos e amargo para muitos”

 

O Dr. José Rafael, angolano nascido no Lobango está, desde há muito radicado em Setúbal, onde exerce a sua profissão de dentista em clinica particular e na Clinica Dentária Social, de forma absolutamente gratuíta. Filho único repartiu a sua infância entre os cuidados da mãe e do pai após se terem separado. Começou a trabalhar numa tipografia com 12 anos como moço de recados por ter reprovado na escola. A sua casa é o seu refúgio que quer ver sempre com a agitação própria de quem lá habita. Para si a crise só se resolve quando os politícos forem honestos. Reconhece que houve uma fase na sua vida em que nem tudo correu pelo melhor e se pudesse voltar atrás mudaria alguma coisa. Leu Lobsang Rampa e não tem um ídolo que admire.

 

Como foi a sua infância?

Sou angolano, nasci no Lobango, antiga Sá da Bandeira. Vim para Portugal, com 18 anos. Lidei com o povo africano desde nascença. Sou filho de portugueses emigrantes. Tive um convívio doce e gratificante com aquela gente. Foi uma infância com algumas dificuldades ao nível financeiro. Os meus pais separaram-se e as coisas tornaram-se mais difíceis. Vivi com a minha mãe até aos 3 anos e com o meu pai e a minha madrasta até aos 11. Na escola era um bocado cábula. Na altura os brinquedos eram feitos à mão em arame e madeira. Foi uma infância entre a felicidade e algumas dificuldades tanto financeiras como familiares.

O primeiro amor…

A minha primeira vez foi com a empregada de um vizinho meu. Talvez tenha sido amor... Tinha 14 anos.

E o primeiro emprego…

Numa tipografia quando tinha 12 anos. Reprovei na escola e a minha mãe meteu-me lá a trabalhar. Era moço de recados.

Como é a sua casa? Como a define?

É o meu local de refúgio, o meu porto seguro. É uma casa familiar que tem a agitação própria das pessoas que lá vivem. Tenho animais em casa. Gosto de ter as pessoas à minha volta. Tem um estilo moderno no interior. Foi toda remodelada por mim.

O que pensa do mundo?

Acho que vai por um caminho errado. A globalização faz com que os povos percam a sua identidade e cultura e isso não é bom porque leva à sua degradação o que acontece em todos os continentes. Não é um mundo justo, tem muitos espinhos. É doce para poucos e amargo para muitos.

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sinto-me. Ainda não fiz tudo o que projetei para a minha vida mas daquilo que já fiz e faço não me arrependo e gosto bastante. Acho que a morte não é o culminar da nossa realização.

Como se resolve a crise?

Com a honestidade dos políticos que não existe. Hoje vivemos na corrupção, na ganância, sem olhar o próximo e sem solidariedade da classe política. Se os políticos fossem honestos os problemas e a crise resolviam-se.

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

O Homem criou Deus. A ciência aponta nesse caminho. No entanto eu sou católico e tenho as minhas convições de que existe alguma coisa para além do que é visível e material. Sou católico não praticante porque sempre me deparei com muita hipocrisia por parte da igreja católica, embora considere que hoje existe uma nova abertura por parte dos padres, como é o caso do padre Celestino, com quem privo bastante e até do Papa Francisco que é um excelente exemplo.

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Há uma certa fase na minha vida em que não tomei as melhores decisões. Talvez hoje mudasse alguma coisa relativamente a essa fase que foi determinante. Se pudesse apagar esse tempo não teria qualquer dúvida em fazê-lo. Mas a vida segue...

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Na minha profissão de dentista em Setúbal, para além de trabalhar com gosto num consultório particular presto serviço na Clínica Social Dentária, de forma absolutamente gratuita. Como também gosto bastante de música, ajudei o meu filho a abrir um estúdio de gravação e uma editora musical na cidade. Gosto de tocar guitarra portuguesa e gostava de ter mais tempo para me dedicar a esse instrumento. O futuro depende das oportunidades que me possam aparecer.

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Cuba

Um livro

A minha vida com o Lama (Lobsang Rampa)

Uma música

Fado

Um ídolo

Não tenho

Um prato

Moamba

Um conceito

Vive e deixa viver

 

publicado por Joaquim Gouveia às 11:42

22
Jan 16

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 *Advogada/escritora/poetisa

 

COM O APOIO DO “HOTEL DO SADO”

“SOMOS UMA PARTÍCULA DO AMOR DE DEUS”

 

A Dra. Maria do Rosário Batista é uma conceituada advogada da nossa cidade. Também escreve prosa e poesia. Gosta de viajar e guarda memórias muito presentes da sua infância vivida no bairro da Conceição, com amigos e muita brincadeira nas ruas e nos quintais. Andou na escola das meninas do bairro porque na altura o ensino separava as raparigas e os rapazes. Foi a primeira menina a usar calças por baixo da bata e por isso a catequista pregou-lhe um “sermão”. Acredita que somos partículas do amor de Deus e que a nossa passagem pelo mundo é evolutiva. Pensa que a crise se resolverá em breve e porque é otimista gosta de viver um dia de cada vez.

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Setúbal, nas casas do bairro da Conceição. Tive uma infância tranquila na companhia dos meus pais e de dois irmãos mais velhos. Lembro-me de muitos amigos como o Eduardo Correia e as suas irmãs gémeas, com quem brincava bastante. Naquela altura brincávamos na rua e nos quintais. Frequentei a escola das meninas do meu bairro. A diretora, a D. Luisa Serra, que era a minha professora era uma pessoa severa, dava muitas reguadas. Apanhei poucas porque era bem comportada. Eu era a única menina que já usava calças por baixo da bata. Uma vez a catequista mandou-me sair da catequese e tirar as calças. Dizia que na igreja só o padre é que as usava.

O primeiro amor…

Foi o meu marido. Tinha 14 anos e conheci-o na Escola Comercial. Era alto e muito bonito. Os meus olhos caíram ali mas, pelos vistos, ele também já reparava em mim.

E o primeiro emprego…

Aos 18 anos, na FASEM, que era um empresa de jantes para automóveis. Não sei bem quanto ganhava mas lembro-me que era bastante para a época.

Como é a sua casa? Como a define?

É um pouco de mim. Tem muita luz, muitas janelas. Sinto-me lá muito bem até porque toda a decoração foi concebida por mim e pelo meu marido. Tem muito espaço, um jardim grande com muitas flores e árvores. Ali sinto a natureza. No entanto, devido à minha atividade profissional passo pouco tempo em casa mas quando lá estou sinto-me muito bem. Tenho alguns animais.

O que pensa do mundo?

Vejo o mundo como um local (planeta), onde todos nos encontramos a experenciar com o objetivo de evoluirmos. Acredito que é assim dentro da minha parte espiritual. Este é um mundo de provas e expiações, onde há sofrimento, mais para uns, menos para outros de acordo com a sua própria evolução. Tenho pena que não seja um mundo melhor mas acho que todos estamos a contribuir para que venha a ser. O nosso objetivo é o de sermos felizes mas nem sempre se consegue.

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Acho que nunca me irei sentir completamente realizada. Há ainda muito por fazer. Quando sentimos que já estamos realizados perdemos a vontade de lutar e conquistar coisas importantes. Já atingi muitas realizações mas há sempre outros apelos que me fazem sentir que há algo mais para ainda fazer.

Como se resolve a crise?

Também queria saber... Não sou economista, nem política. Penso que estamos a viver um ciclo que trará uma solução mais agradável para toda a gente. Os políticos são Homens e os Homens ainda têm tantos defeitos... Logo torna-se tudo mais difícil. Mas acredito que a solução irá aparecer. Sou otimista!

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Para mim Deus é o princípio inteligente de todo o universo. Ele criou tudo onde se inclui o Homem. Somos seus filhos e uma partícula do seu amor.

 

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Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Acho que não mudaria nada embora reconheça que poderia fazer algumas coisas de forma diferente. Não me arrependo de nada do que fiz porque tudo tem contribuído para o meu crescimento.

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Sou advogada e empresária. Nesta altura estou a trabalhar na área da nutrição e estou a gostar imenso. Para além disso escrevo, pinto e viajo. Pretendo manter tudo isto no futuro e, essencialmente, ser feliz.

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Maldivas

Um livro

Diário de um mago (Paulo Coelho)

Uma música

Amor i love you (Marisa Monte)

Um ídolo

Jesus Cristo

Um prato

Peixe assado

Um conceito

Viver um dia de cada vez

publicado por Joaquim Gouveia às 10:38

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