Entrevistas de JoaQuim Gouveia

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Out 18

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“O MUNDO MANTÉM UM EQUILÍBRIO INSTÁVEL”

 

Sertório Herrera é um profundo conhecedor da sociedade que o rodeia. Presidente da LATI tem o conhecimento perfeito das necessidades dos que após uma vida de trabalho ali se socorrem em busca de abrigo ou de ajuda para manterem alguma dignidade social. Viu crescer aquela instituição e não se cansa de dar sempre de si aos outros. Nasceu em Cabrela, no Alentejo mas veio para Setúbal com tenra idade onde aprendeu o bê-à-bá, brincou e cresceu em ambiente verdadeiramente familiar. Por isso hoje estima a família e os amigos. Não é crente nem tem ídolos. Gosta de ler Saramago.

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Cabrela. com quatro anos fui morar para Llandeira e pouco depois a minha família veio para Setúbal. Tive uma infância boa. Éramos sete irmãos. O meu pai era contínuo da Câmara de Setúbal e a minha mãe não trabalhava para tomar conta dos filhos. Tivemos algumas dificuldades mas a família tinha capacidade para ultrapassá-las. A hora de jantar e os serões eram passados em família com muita animação. Com sete anos estudava de manhã e trabalhava à tarde como aprendiz de sapateiro e depois como marceneiro. Arranjava sempre algum tempo para brincar e aproveitava muito bem o tempo livre que tinha.

 

O primeiro amor...

Foi com uma vizinha. Tinha oito ou nove anos. Namorámos muito tempo e nunca ninguém deu por nada. Nunca mais a vi.

 

O primeiro emprego...

Marceneiro na Mercearia do Cardoso Mouro. Na altura ganhava muito dinheiro, talvez seis escudos por semana e tinha sempre muito dinheiro em gorjetas.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É um sítio para o qual gostaria de ter mais tempo para estar. É tranquila. Tem um quintal com muitas plantas que adoro tratar, aliás, adoro também ler no quintal que é onde almoço e janto e onde recebo os amigos.

 

O que pensa do mundo?

É uma coisa cada vez mais confusa onde, apesar de tudo, se mantém o equilíbrio instável. Houve uma evolução com o entendimento entre os povos que, apesar do número de guerras ser exagerado seriam muitas mais se não houvesse esse tal equilíbrio. Todos nós gostaríamos de conhecer melhor o mundo para além das notícias que colhemos.

 

Sente-se realizada humana e profissionalmente?

Não. Profissionalmente gostaria de ter feito muitas mais coisas do que aquelas que fiz. Humanamente tenho tudo o que é necessário para ser feliz como a família e os amigos, mas gostava de dar mais de mim, sempre.

  

Como se resolve a crise?

Com o entendimento entre os povos. Lamentavelmente conseguem-se entendimentos precários através das guerras e das bombas mas não resolvem os problemas.

 

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Deus criou o homem, ou foi o homem que criou Deus?

Acho que foi o Homem quem criou Deus. Não sou crente, nem religioso. Deus é uma crença para justificar o que os Homens não são capazes de fazer. É uma necessidade.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Não sei. Não gostaria de voltar a ter 20 anos. Se calhar fazia mais asneiras…

 

O que faz no presente e que projetos tem para o futuro?

Sou presidente da direção da Liga dos Amigos da Terceira Idade. Gostaria ainda de fazer mais pelos que levaram uma vida de trabalho que hoje nada têm. Há tanto a fazer por essa gente.

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Espanha

 

Livro

Levantados do chão (José Saramago)

 

Uma música

Tema de Lara (Maurice Jarre)

 

Um ídolo

Não tenho

 

Um prato

Cozido à portuguesa

 

Um conceito

Faz pelos outros o que gostarias que fizessem por ti

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 16:35

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“ESTIVE SEMPRE LIGADO ÀS INSTITUIÇÕES, ÀS PESSOAS E À CIDADE”

 

 

 

O Dr. Nuno Carvalho é um jovem vereador na Câmara Municipal de Setúbal, pela bancada do PSD. É natural do Barreiro. Com apenas sete anos de idade rumou para Setúbal, com a família. Teve uma infância feliz e recorda tempos de escola e brincadeiras onde o futebol estava na ordem do dia. Cresceu e experimentou o seu primeiro emprego na Feira de Santiago, onde ganhou o seu primeiro vencimento. Tem preocupações ambientais por causa dos filhos e acredita que a sua geração e a geração vindoura serão capazes de construir um mundo melhor. Para si a crise é resultado da falta de bom senso. Angola é o seu destino preferido e Sá Carneiro o seu ídolo. Gosta de ouvir Nina Simone.

 

 

Como foi a sua infância?

Nasci no Barreiro e cheguei a Setúbal, com 7 anos de idade. Esta foi a cidade que me acolheu e onde tenho as minhas melhores memórias de infância. Fui uma criança bastante feliz. Vivíamos tranquilamente com uma convivência saudável de bairro. Na escola fui um aluno acima da média. Brincava muito. O futebol estava na ordem do dia.

 

O primeiro amor…

Foi a minha mulher o meu verdadeiro e primeiro amor.

 

E o primeiro emprego…

Num stand na feira de Santiago. Trabalhei duas semanas e ganhei à volta de 300 euros.

 

Como é a sua casa? Como a define?

Representa a felicidade porque é o sítio onde estou em família. É uma das conquistas mais importantes que temos na nossa vida que é sentirmo-nos felizes na nossa casa.


O que pensa do Mundo?

Tenho preocupações ambientais por causa dos meus filhos. Por outro lado acho que tanto a minha geração como a que virá a seguir estão preparadas para fazer um mundo melhor.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sinto-me plenamente realizado. Tenho um negócio próprio que me dá a felicidade de trabalhar. Humanamente os meus amigos e a minha família preenchem a minha vida.

 

Como se resolve a crise?

Acho que a crise financeira tem um problema grande que é a falta de bom senso porque não vale a pena fazer sacrifícios durante anos para esbanjar em poucos dias.

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Acho que Deus criou o Homem e penso que devemos ter tolerância quanto a esse Deus.

 

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Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Aprendia mais rápido com os erros mas não deixaria de os cometer…

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Sou vereador da Camara Municipal de Setúbal e empresário. No futuro quero que o meu concelho encontre um lugar no desenvolvimento social e económico que há tanto tempo procura e merece.


CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Angola

 

Um Livro:

Jogar com o Rei (Mickel Hobbs)

 

Uma Música:

Sinner Man (Nina Simone)

 

Um Ídolo:

Sá Carneiro

 

Um prato:

Bacalhau à Brás

 

Um conceito:

O meu cliente é o meu patrão

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 16:27

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“NUNCA PODEREMOS ATINGIR A PLENITUDE”

 

Kinito Soares é conselheiro espiritual. Aprendeu a palavra de Deus e procura ajudar quem dele necessita para melhor conforto. É Alentejano de Aljustrel e foi carpinteiro durante muitos anos. Em criança construía os seus próprios brinquedos artesanais. Sobre o mundo tem a ideia de que caminha para o abismo em virtude do mau uso que o ser humano lhe está a dar. Diz que ainda não atingiu a realização plena porque essa só esteve ao alcance de Jesus Cristo. Para si Deus criou o Homem e não concorda com a tese de um dia podermos voltar atrás na vida porque não somos caranguejos. O seu destino preferido é o Alentejo, gosta de açorda e tenta viver com sabedoria e humildade.

 

 

Como foi a sua infância?

Sou natural de Aljustrel. E estou em Setúbal apenas à cerca de 10 anos. Tive uma infância feliz dentro das medidas do possível para a época. Morava numa casa com 14 divisões onde vivia com os meus pais, dois irmãos e e a avó paterna. Na escola fui um bom aluno. Era muito calculista e não gostava de ir ao quadro. Brinquei muito. Tive muitos brinquedos artesanais alguns construídos por mim.

 

O primeiro amor…

Foi a terceira namorada que veio a ser a minha primeira esposa e mãe das minhas filhas.

 

E o primeiro emprego…

Numa carpintaria em Aljustrel. Ganhava 20 escudos por semana.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa muito boa para o nível de humildade com que vivo. Dedico-lhe muita atenção. É uma casa muito tranquila onde reina muita paz. Gosto muito de receber visitas.


O que pensa do Mundo?

Penso que caminha a passos largos para o abismo em virtude do mau uso que o ser humano lhe está a dar sobretudo com guerras que não fazem o mínimo sentido. O ser humano nunca teve nem nunca terá o mínimo motivo para guerrear com quem quer que seja. Não há razão.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Ainda não totalmente porque estou a caminhar para a realização eu pretendo atingir. Tendo em conta a objetividade com que nos deparamos acho que o ser humano nunca poderá atingir a sua plenitude que reside apenas em Jesus.

 

Como se resolve a crise?

A resolução passa pelas mais variadas formas de atuação do Homem a nível de governação e de governados.

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Deus criou o Homem. Quando evocamos o nome de Deus e fazemos uma solicitação e recebemos a resposta positiva ela não vem do vizinho do lado. Nós evocámos Deus.

 

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Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Não concordo com a tese do voltar atrás, não somos caranguejos. Não obstante, se me fosse possível voltar atrás e com os conhecimentos que tenho hoje faria muita coisa diferente.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Caminho para a reforma. De momento sou conselheiro espiritual. Recebo pessoas na minha casa com os mais variados problemas de ordem natural e espiritual. Pretendo adquirir mais unção para
puder ajudar mais e melhor quem me procura.

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Alentejo

 

Um Livro:

Ketamina Creme e Cordas (Mimi Soares Kelleher)

 

Uma Música:

Alentejo Preciosos (José Camacho)

 

Um Ídolo:

Jesus Cristo

 

Um prato:

Açorda à Alentejana

 

Um conceito:

Sabedoria com humildade

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 16:22

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“NÃO NOS DEVEMOS DAR COMO UM PRODUTO ACABADO”

 

Arnaldo Alegrias é presidente do Clube Desportivo e Recreativo Águias de S. Gabriel. Alentejano de Vila Viçosa chegou à cidade de Setúbal, com treze anos de idade e por cá se fixou e se tornou homem e constituiu a sua própria família. É torneiro mecânico e dedica as suas horas livres ao associativismo tendo como lema principal a partilha sentindo prazer em ajudar quem necessita de ajuda. Pensa que existe muita gente a fazer mal ao mundo e que só depende do Homem a sua conciliação para que os tempos sejam de paz. Para si a vida deve ser vista não como um produto acabado mas uma procura constante de um futuro melhor e com mais expetativas. Adora Portugal e não dispensa um bom cozido à portuguesa.

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Vila Viçosa e vim para Setúbal, já com 13 anos. Tive uma infância feliz passada com uma família também feliz. Brinquei bastante. Em Vila Viçosa, no largo onde está a estátua de D. João IV era o local onde jogávamos ao pião, à bola, ás escondidas e outras brincadeiras. Tenho uma irmã mais nova do que eu.

 

O primeiro amor…

Deve ter sido algum namorico de escola e talvez até já em Setúbal. Não tenho grande recordação desse facto.

 

E o primeiro emprego…

Torneiro mecânico.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma habitação com quatro assoalhadas e muito tranquila, aliás, como o próprio prédio e a vizinhança. É o meu porto de abrigo que partilho com a família.


O que pensa do Mundo?

Isto está muito complicado. Não temos guerras mas temos muita gente a fazer mal ao mundo. As pessoas deveriam ver as coisas de outra forma para termos paz. Vemos países como a Venezuela, o Brasil e outros que são exemplos que nos preocupam.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Enquanto cá andamos não nos devemos dar como produto acabado. Deveremos querer um futuro melhor e com mais expectativas. No fundo enquanto houver saúde temos que continuar a lutar por uma vida melhor.

 

Como se resolve a crise?

Mudando a mentalidade dos políticos que nos governam tanto no país como na Europa e no mundo. Ainda vemos algumas ditaduras. Compete aos políticos mudar de mentalidade.

 

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Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Toda a vida fui católico e ensinaram-me desde muito jovem que existiu alguém que nos criou. Não sei se foi Deus, mas terá sido alguma energia superior a nós próprios.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Julgo que não teria grandes motivos para mudar algo. Quero continuar a poder ajudar os outros o que tem sido a base da minha vida.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Sou presidente do CDR Águias de S. Gabriel e sou funcionário público. No futuro pretendo continuar no associativismo e contribuir para outras situações que apareçam em torno da sociedade.

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Portugal

 

Um Livro:

A Bíblia

 

Uma Música:

Beatles

 

Um Ídolo:

Não tenho

 

Um prato:

Cozido à Portuguesa

 

Um conceito:

Conseguir andar por cá e ajudar os outros

 

 

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 16:16

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