“SOMOS ATORES NA ESCOLA DO MUNDO”
João Leonardo dá pelo apelido artístico de João da Ilha, músico e cantor bem conhecido na região e nos Açores, de onde é natural. Teve uma infância feliz junto da família da qual tem enormes recordações de carinho e bem estar. Começou a trabalhar na área do espetáculo a fazer som para músicos e bandas. Do mundo tem a ideia de que é um lugar de aprendizagem sendo nós os atores na própria vida. Para si há algo que nos rege, um ser superior que nos criou a que muitos chamam de Deus. Aos 37 anos ainda não se sente completo e sabe que tem muito caminho pela frente para desbravar. O seu destino de eleição é a Nova Zelândia e o cantor Sting é o seu ídolo.
Como foi a sua infância?
Nasci na Ilha Terceira, nos Açores. Tive uma infância feliz com os meus pais e com os meus irmãos que são bastante mais velhos que eu. Tenho memórias da escola primária e das brincadeiras de rua. A vida era pacata. Vivia-se bem. Tinha tudo ao pé de casa. Andávamos a pé para todo o lado. Tenho boas memórias da minha casa e dos momentos fraternos e de carinho entre família. Lembro-me de aos domingos, ao final da tarde, ouvir fado ou música regional com o meu pai.
O primeiro amor…
O amor está sempre a acontecer. Deve ter sido no ciclo preparatório com uma miúda da minha turma que era bem vistosa e muito cobiçada. Acabei por não ter sorte.
E o primeiro emprego…
A fazer som para espetáculos. Ganhávamos à peça, talvez 50 euros por espetáculo.
Como é a sua casa? Como a define?
É pequenina e acolhedora e fica na Urbisado. É um ponto de passagem. Não a vejo como futuro. Não é relevante falar desta casa. Para já é o meu recanto. Gosto muito da zona.
O que pensa do Mundo?
O mundo é uma grande escola e também é uma grande peça de teatro e nos vários papéis que desempenhamos estamos a fazer grandes aprendizagens de vida. Somos atores no sentido em que temos várias vivências para experienciar.
Sente-se realizado humana e profissionalmente?
Não me sinto completo. Tenho caminho para andar e muito para aprender tanto no plano pessoal, como profissional. Mas estou contente com o que tenho feito.
Como se resolve a crise?
Há muito para fazer mas começa por nós, na nossa casa. Diria que as várias crises que se vivem têm que ser vistas aos olhos do que fazemos no dia a dia. Temos que olhar primeiro para nós próprios e sermos coerentes connosco e com os outros. Há muita falta de coerência.
Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?
Acredito que alguém nos criou, algo superior a nós. Podemos chamar Deus, ou outro nome. Há uma entidade superior que nos rege. No tal teatro da vida o Homem tem criado muitos deuses.
Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?
Não tenho receio de dizer que mudaria o facto de que gostaria de ter vivido algumas situações mais intensamente, estar mais atento à vida. Às vezes adormecemos um pouco na própria vida.
Que faz no presente e que projectos para o futuro?
Sou cantor, músico e compositor. Faço intervenções musicais hospitalares integrado num grupo de músicos profissionais intervenientes. Acabei de gravar o meu quarto trabalho discográfico que tem o título “Mares da Indecisão”. Pretendo num futuro breve colocar em prática mais projetos diferentes.
CAIXA DAS PALAVRAS
Um destino:
Nova Zelândia
Um Livro:
A Pérola (John Steinbeck)
Uma Música:
Oxalá (Madredeus)
Um Ídolo:
Sting
Um prato:
Comida vegetariana
Um conceito:
Para a frente é que é caminho