Com o apoio do HOTEL DO SADO
"A RIQUEZA É QUE FAZ A MISÉRIA"
Armando Oliveira é presidente da Comissão de Festas de Tróia e diretor nacional do Apostolado do Mar. Conheceu uma infância feliz ao contrário dos irmãos que tiveram uma vida mais difícil. Frequentou uma escola particular no bairro Santos Nicolau. Começou a trabalhar aos 16 anos no Entreposto Industrial, como aprendiz de serralheiro. Para si o mundo está alterado porque o ser humano é egoísta e ambiciona o poder económico. No seu entender a crise resolve-se quando os governantes olharem para a realidade da vida e para a pobreza. É cristão convicto e acredita que foi Deus, quem criou o Homem. Adora a Caldeira de Tróia, gosta de ouvir Mário Regalado e de comer peixe grelhado.
Como foi a sua infância?
Sou de Setúbal, mas os meus pais são oriundos da Murtosa. Éramos uma família com dez irmãos. Eu sou o mais novo. Não posso dizer que tenha tido uma infância má. Foi razoável até tendo em conta a infância dos meus irmãos que, essa sim, foi difícil. Eu já não passei por dificuldades. Frequentei uma escola particular no bairro Santos Nicolau, que era da professora Cremilde. Chamavam-lhe a escola da “lava a cara”. Fui um aluno razoável. Nasci e cresci na zona das Fontainhas, na Travessa da Fantasia e foi ali que brinquei e joguei á bola, ao berlinde, ao pião, aos polícias e ladrões e outras brincadeiras.
O primeiro amor…
Era uma amiga da minha mulher. Pedi-a em namoro e ela disse-me que não. Ficámos amigos para a vida.
E o primeiro emprego…
Com 16 anos no Entreposto Industrial, como aprendiz de serralheiro. Ganhava 1250 escudos.
Como é a sua casa? Como a define?
É acolhedora e faz-nos sentir bem. Não é luxuosa mas humilde com todas as condições para uma vida condigna. Gosto muito de estar em casa onde trabalho nas minhas atividades.
O que pensa do Mundo?
Hoje está alterado porque o ser humano faz as coisas más. Os governantes deveriam ter mais consciência e pensar mais nos outros olhando para os mais necessitados porque as guerras acontecem pela sua ambição do poder económico.
Sente-se realizado humana e profissionalmente?
Tive um acidente de trabalho que me levou a interromper a minha vida profissional. Humanamente acho que ainda tenho muito que dar como cristão e como ser humano. Tenho que trabalhar mais para os que necessitam e pensar que os outros também têm que estar bem.
Como se resolve a crise?
Os nossos governantes devem olhar para a realidade da vida e para a pobreza. A riqueza é que faz a miséria porque vemos constantemente o perdão aos que mais têm e a tirarem mais à pobreza.
Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?
Na minha perspetiva foi Deus quem criou o Homem. Pela infância que tive e pelo conhecimento que me foi dado tudo me leva a crer que essa é a realidade.
Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?
Acho que não. Penso que tudo o que fiz foi ponderado. Sinto-me bem com o meu percurso.
Que faz no presente e que projetos para o futuro?
Sou presidente da comissão de festas de Tróia e diretor nacional do Apostolado do Mar. Pretendo que estes movimentos tenham mais sucesso e que consiga transmitir às pessoas a minha fé e o meu caminho como cristão.
CAIXA DAS PALAVRAS
Um destino:
Caldeira de Tróia
Um Livro:
Jesus
Uma Música:
Rio Azul (Mário Regalado/Laureano Rocha)
Um Ídolo:
Jesus Cristo
Um prato:
Peixe grelhado
Um conceito:
Sentir-me de bem com todos e com a vida