Entrevistas de JoaQuim Gouveia

21
Dez 18

Com o apoio do HOTEL DO SADO

 

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“TEMOS QUE DISTRIBUIR A RIQUEZA PARA ACABAR COM A CRISE”

 

Joaquim Albino é presidente do Clube de Aeromodelismo de Setúbal. Nasceu em Angola, mas está desde há muito radicado em Setúbal. O seu pai era militar. Tem excelentes recordações de uma infância passada em África, com muita brincadeira e inocência. Começou a trabalhar na antiga Socel, com apenas 21 anos. Pensa que os jovens não terão mão para agarrar um mundo sem futuro. Para si a crise resolve-se iniciando um processo mundial de distribuição de riqueza eliminando a pobreza. Se pudesse voltar atrás no tempo acabaria o seu curso superior. Gostava de voltar a Angola, a sua música de eleição é “Feelings”, de Morris Albert e adora cozido á portuguesa.

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Malange, Angola. O meu pai era militar. Tenho muito boas recordações da infância. Brincava nas ruas até tarde. Andávamos de bicicleta, fazíamos carros de cartão, jogávamos à bola e aos polícias e ladrões, entre outras brincadeiras. Na altura do cacimbo andavam uns carros pelas ruas que espalhavam um produto para eliminar os mosquitos. A rapaziada andava toda atrás dos carros porque o cheiro era muito agradável. Na escola fui um bom aluno, não tive dificuldades em aprender. As turmas eram mistas com negros e brancos sem diferenciação na mesma sala.

 

O primeiro amor…

Foi por uma rapariga que era filha de um casal de Cabinda e que se instalou em Malange. Eram nossos vizinhos. Aquilo acabou por não dar em nada.

 

E o primeiro emprego…

Foi na Portucel, antiga Socel, com 21anos. Era desenhador. Ganhava 12,600 escudos.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa grande onde gosto de viver e que tem excelentes vistas para o Sado e para a Arrábida. O prédio tem muitos apartamentos mas a zona é tranquila. Gosto bastante de estar em casa.

 

O que pensa do Mundo?

Não vejo futuro. Acho que as novas gerações não têm mão para um futuro melhor. Estou muito pessimista. Há muita injustiça. Sofro bastante com os maus tratos aos animais.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Profissionalmente sim. Humanamente ainda não porque me sinto impotente para concretizar todos os objetivos.

 

Como se resolve a crise?

Começando um mundo novo com distribuição da riqueza. Não devemos acabar com os ricos mas sim acabar com a pobreza. Só assim resolvemos o assunto.

 

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Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Acho que foi o Homem quem criou Deus. Não partilho de qualquer crença. Os católicos dizem que Deus veio para fazer bem ao mundo mas com tanta miséria e sofrimento será que ele existe?... Ou está distraído?...

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Possivelmente acabaria o meu curso superior. De resto não me arrependo de nada.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente do Clube de Aeromodelismo de Setúbal e trabalho na Visteon. No futuro pretendo manter a atividade associativa e aproveitar a reforma quando ela chegar.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Angola

 

Um Livro:

Dicionário da língua portuguesa

 

Uma Música:

Feelings (Morris Albert)

 

Um Ídolo:

Não tenho

 

Um prato:

Cozido à portuguesa

 

Um conceito:

Um dia de cada vez

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 14:27

20
Dez 18

Com o apoio do HOTEL DO SADO

 

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"TENTO FAZER BEM A TODA A GENTE"

 

Francisco Inverno é o presidente da União Desportiva e Recreativa do Casal das Figueiras. Nasceu no Alentejo e está radicado na nossa cidade há vários anos. A sua infância foi passada no Alentejo, onde o seu pai trabalhava nos campos a guardar gado e a sua mãe andava na apanhava da azeitona e nos tomatais. O seu primeiro ordenado foi de 15 escudos por semana a trabalhar nas regas do campo. Foi Guarda Fiscal e depois GNR e patrulhou a nossa costa tendo visto muita apreensão de tabaco, drogas, contrafação e outras. Acredita em Deus e diz que quer manter-se ligado ao movimento associativo sempre com a mesma boa disposição.

 

Como foi a sua infância?

Sou natural de S. Eulália, concelho de Elvas. Andei na escola primária de S. Vicente e Ventosa, de Elvas e de Ouguela. A vida do meu pai foi passada no campo a guardar gado e nós tínhamos que o seguir pelas terras por onde andava no Alentejo. A minha mãe era doméstica mas também apanhava a azeitona e trabalhava nos tomatais da Sagrepe, que era uma herdade. Não haviam muitas brincadeiras a não ser no carnaval. Tínhamos pouco tempo para brincar.

 

O primeiro amor…

Foi amor à primeira vista pela minha mulher.

 

E o primeiro emprego…

Trabalhei na Sagrepe, nas regas do campo. Ganhava 15 escudos por semana.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa muito tranquila num local agradável. É o meu porto de abrigo e também uma casa familiar. Tenho dois netos que me visitam regularmente. São os nossos amores.

 

O que pensa do Mundo?

Devia ser bom para toda a gente mas não é isso que acontece. Trabalhei muito em termos de investigação a nível costeiro e tive ocasião de ver muita apreensão de tabaco, droga, contrafação, etc.. Apanhei muita gente a tentar fugir à verdade. Era militar da Guarda Fiscal e depois da GNR. Vi muita coisa que não deveria ter visto. Isto faz parte do nosso mundo.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sim. Tento fazer bem a toda a gente. Ajudo em prol de uma sociedade mais digna.

 

Como se resolve a crise?

Os nossos governos deviam dar o exemplo para as pessoas encararem a verdade, como não facilitar tanto a corrupção e outros atos ilícitos.

 

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Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Deus criou o Homem. Ele ajuda tudo e todos. Se tivermos saúde é Deus que nos acompanha. Ele está em todo lado.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Acho que não mudaria nada porque Deus deu-me a força para ter o que tenho na vida, dá-me saúde e deixa-me trabalhar.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente da União Desportiva e Recreativa do Casal das Figueiras e já estou reformado. Quero continuar no movimento associativo sempre com a mesma boa disposição.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Viajar sem rumo

 

Um Livro:

Leio jornais

 

Uma Música:

A ternura dos 40 (Paco Bandeira)

 

Um Ídolo:

Não tenho

 

Um prato:

Carne grelhada

 

Um conceito:

Continuar como estou

 

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 14:35

19
Dez 18

Com o apoio do HOTEL DO SADO

 

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"ACREDITO EM DEUS Á MINHA MANEIRA"

 

João Botelho é presidente do Clube de Canoagem de Setúbal. Teve uma infância feliz e já marcada por muita curiosidade ao nível da eletrónica. Começou a trabalhar bastante jovem e com os seus primeiros vencimentos comprou o primeiro kayak. Sobre o mundo diz estar pessimista sobretudo por aquilo que nos trouxe a última década. Para si a crise humanitária é de difícil resolução. É católico mas sendo ao mesmo tempo cientista diz que acredita em Deus à sua maneira. Gostava de viajar até á Nova Zelândia, não tem ídolos e não dispensa um bom prato de arroz de polvo.

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Luanda e vim para Setúbal com 8 meses de idade. O meu pai não conseguiu regressar connosco nesse momento. Apenas passados dois anos ele conseguiu vir para Portugal. No entanto tive uma infância feliz. Tenho uma irmã mais velha. As memórias que tenho são de uma vida familiar já organizada. A minha mãe era professora primária e o meu pai engenheiro eletrotécnico. Frequentei a escola primária nº2 de Palmela, onde a minha mãe dava aulas. Fui sempre um bom aluno apesar de nunca ter estudado muito. Gostava de montar peças de lego e fazer circuitos de eletrónica, autênticas invenções. Era uma criança muito curiosa e o meu pai estimulava-me a curiosidade.

 

O primeiro amor…

Foi por uma colega da canoagem. Foi um namoro giro mas não deu em nada. Ainda hoje somos muito amigos.

 

E o primeiro emprego…

Com 13 anos na mercearia Mini Quebedo, nas minhas férias. O que ganhava deu para comprar o meu primeiro kayak.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa familiar. Tenho dois filhos. É acolhedora e um refúgio muito confortável. A zona é muito agradável.

 

O que pensa do Mundo?

Considero-me uma pessoa pragmática mas nesta altura pessimista. A última década traz-nos situações de pré guerra tal como se passou anteriormente. Estamos a chegar ao pique da xenofobia potenciado pela utilização das redes sociais. É uma combinação muito explosiva.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

A nível humano tenho muito para fazer. Tenho que colocar algumas minhas energias ao serviço das causas sociais e do voluntariado. A nível profissional trabalho numa área que adoro dentro da engenharia mecânica, nomeadamente robótica submarina.

 

Como se resolve a crise?

A crise humanitária é difícil de resolver porque a própria educação nos leva a um desapego pelo próximo. Tínhamos que encontrar um modelo algo concertado a nível mundial o que levará várias gerações a concretizar. A nível económico resolve-se com a distribuição da riqueza.

 

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Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Tive uma educação cristã e católica. Fiz a primeira comunhão. Sendo um homem da ciência comecei a analisar as coisas de outra forma. Acredito em Deus à minha maneira. A ciência não justifica tudo mas também não precisamos de intermediários para comunicar com Deus.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Não. Sinto-me realizado com o que fiz até hoje e tenho muito para fazer ainda com muitos projetos em mão.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente do Clube de Canoagem de Setúbal e sou investigador em robótica submarina. Sou pai e homem de família que é um desafio muito grande. Para além disso sou membro do comité de kayak Pólo da Federação Internacional de Canoagem, dirigente da Federação Portuguesa de Canoagem e membro do Concelho Municipal do Desporto de Setúbal. O movimento associativo é um vício e por isso estará projetado no meu futuro.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Nova Zelândia

 

Um Livro:

Livros Técnicos

 

Uma Música:

Iris (Goo Goo Dolls)

 

Um Ídolo:

Não tenho

 

Um prato:

Arroz de polvo

 

Um conceito:

Morrer jovem o mais tarde possível

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 11:59

18
Dez 18

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“A GANÂNCIA DESTRÓI O MUNDO”

 

Tolentino Sardo é presidente do Centro Cultural e Desportivo da Câmara Municipal de Setúbal. Nasceu nesta cidade, frequentou a antiga escola do Sousa e começou a trabalhar com apenas 16 anos, no município local. Tem do mundo a expetativa de que a ganância destrói todos os

valores, tal como a sede de poder. Não aceita mentalidades retrógradas, fundamentalistas, fascistas e nacionalistas. Para si a crise resolve-se baixando os impostos e criando riqueza. É ateu e diz que Deus serve para entreter as pessoas. Gostava de ir de bicicleta até Israel, lê jornais e não dispensa o fado.

 

Como foi a sua infância?

Sou natural de Setúbal. Nasci no Hospital de S. Bernardo. Morei na estacada da APSS, nas Fontainhas. O meu pai era gruísta e guarda na APSS. Fiz a instrução primária na antiga escola do Sousa. Com oito anos fomos morar para Palmela. Brincava bastante nas ruas da estação de Palmela, com os brinquedos da época e com os que nós construíamos. Os troncos dos eucaliptos eram os nossos carros.

 

O primeiro amor…

Foi um amor de adolescência no ciclo de Palmela. Era uma miúda muito gira. Apenas trocámos uns olhares e pouco mais…

 

E o primeiro emprego…

Na Camara Municipal de Setúbal, com quinze anos nos serviços de higiene e limpeza. Ganhava 3.800 escudos.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É o ninho que construí com as minhas mãos. Levou quatro anos e meio a ser construída. É o meu porto de abrigo feito com muito esforço e por isso tem mais valor. Tive sempre a ajuda da minha mulher.

 

O que pensa do Mundo?

É um espaço com vários locais diferenciados, uns melhores que outros. Há sítios que eu gostava que não existissem e no século XXI não deveriam existir certas mentalidades como os fundamentalistas, fascistas, nacionalistas e outros. O mundo podia ser um local maravilhoso para todos. A ganância destrói o mundo tal com a sede de poder.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sinto-me. Venho de uma classe extremamente pobre e de uma família com onze irmãos e hoje conquistei a vida a pulso trabalhando noite e dia. Mas tenho o que sempre desejei. Profissionalmente faço o que gosto.

 

Como se resolve a crise?

É difícil de resolver. Baixando os impostos, criando postos de trabalho e distribuindo a riqueza. A divida é para se ir pagando sem perder o controlo.

 

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Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Não acredito em Deus. As religiões no geral não me dizem nada ao contrário da natureza da qual somos fruto. A natureza tudo cria e tudo transforma. Deus é um mito para entreter as pessoas, tal como o futebol e outras coisas.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Gostava de ter menos vinte anos para fazer mais coisas. De tudo o que fiz não estou arrependido, só tenho pena de não poder fazer mais.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente do Centro Cultural e Desportivo da Câmara Municipal de Setúbal, hà 16 anos e sou trabalhador no município. Em breve vou deixar o cargo de presidente. O movimento associativo está a atravessar um mau momento com falta de valores e pessoas para dar expressão à causa.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Ia de bicicleta até Israel

 

Um Livro:

Leio jornais

 

Uma Música:

Fado

 

Um Ídolo:

Não tenho

 

Um prato:

Choco frito

 

Um conceito:

Faz algo de positivo

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 12:12

17
Dez 18

Com o apoio do HOTEL DO SADO

 

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"APRENDI MUITO NO MOVIMENTO ASSOCIATIVO"

 

Nuno Guerreiro Soares é presidente da Associação das Coletividades do Concelho de Setúbal, presidente da Associação de Acordeonistas de Portugal e vice-presidente do GD “Os Amarelos”, para além de acordeonista. A sua infância foi marcada pelo desaparecimento do seu pai em plena pesca de lazer, no Cabo Espichel. Tem recordações da escola, da sua professora e das brincadeiras. Foi militar durante seis anos. Pensa que deveria existir uma maior redistribuição de bens entre todos e o entendimento ente os Estados, para acabar injustiças e guerras desnecessárias. Gostava de visitar uma fábrica de acordéons em Itália.

 

Como foi a sua infância?

Sou natural de Setúbal, mas a minha família é oriunda do concelho de Odemira. A minha infância foi marcada pelo desaparecimento do meu pai no Cabo Espichel, quando ali se deslocou para ir à pesca num momento de lazer. Eu tinha apenas 3 anos de idade e não tenho recordações dele. Morávamos no bairro Santos Nicolau, perto das Janelas Verdes. Andei na escola primária das Areias, até à 4ª classe. Lembro-me da professora Teresa Malta Vacas e do seu “carocha” branco. Recordo-me de jogar ao pião, ao espeta, de jogar à bola e de andar nas barreiras do bairro.

 

O primeiro amor…

Foi pela minha mulher.

 

E o primeiro emprego…

Fui militar entre 1993 e 1999. Era cabo adjunto. Devia ganhar perto dos 600 euros.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa tranquila de um extrato social médio. Foi assim que aprendi a viver com a minha família. É uma casa acolhedora e humilde. Tal como a da minha mãe, a minha casa também é o meu porto de abrigo.

 

O que pensa do Mundo?

Penso que deveria existir mais laços de amizade entre as pessoas para evitar conflitos desnecessários. De certa forma este é, também, um mundo injusto. Agora temos o problema dos refugiados, do México e dos Estados Unidos. Deveria existir mais entendimento entre os Estados.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sim. Tenho feito um percurso dentro das minhas expetativas. Aprendi muito no movimento associativo, nomeadamente, entre a família do Grupo Desportivo “Os Amarelo” e com a experiência de vida das gentes do mar.

 

Como se resolve a crise?

Se houvesse redistribuição dos bens e do poder económico por todas as classes. Mais trabalho, mais estudos para a formação das pessoas e mais educação e cultura.

 

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Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Sou um homem de muita fé. Acredito que há algo superior que nos comanda. Acredito em Deus e respeito as outras religiões. Não sou católico praticante mas tenho a minha fé.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Talvez alguns caminhos. Com a aprendizagem de vida teria alterado algumas posições que tomei ao longo da vida.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente da Associação das Coletividades do Concelho de Setúbal, presidente da Associação de Acordeonistas de Portugal e vice-presidente do GD “Os Amarelos”. Trabalho no Arquivo Municipal da câmara de Setúbal. No futuro pretendo continuar a trabalhar em prol do movimento associativo.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Vercelli (Itália)

 

Um Livro:

O nome da rosa (Umberto Eco)

 

Uma Música:

A minha vida, meu sonho (Eugénia Lima)

 

Um Ídolo:

Nelson Mandela

 

Um prato:

Sardinhas assadas

 

Um conceito:

Amigo do meu amigo

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 09:45

14
Dez 18

Com o apoio do HOTEL DO SADO

 

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“OS REFUGIADOS FAZEM DESPERTAR UM NOVO PENSAMENTO”

 

Fernando carvalho é presidente do Clube Ateneu Setubalense. É natural de Setúbal, do bairro Trindade, onde cresceu e brincou sobretudo em jogos de futebol. Foi aluno fundador da Academia Luisa Tódi. Sobre o mundo pensa que as questões dos refugiados e do clima geram um novo pensamento global. Acredita que se vive num clima de paz podre. Se pudesse voltar atrás acabaria o seu curso de economia. Gosta de livros de Heinz Konsalik, o seu pai é o seu ídolo e não dispensa um bom bacalhau à Brás.

 

Como foi a sua infância?

Sou natural de Setúbal, do bairro Trindade, onde vivi até casar. O meu pai tinha um armazém de cereais e legumes. A minha mãe era doméstica. Fui um dos alunos fundadores da Academia Luísa Todi, onde passei tempos muito felizes. Fui um bom aluno. Aprendi a tocar piano. A brincadeira era jogar futebol que me estava na massa do sangue.

 

O primeiro amor…

Creio que foi pela minha mulher. Começámos a namorar muito jovens, com 14 anos e até hoje.

 

E o primeiro emprego…

No Vitória de Setúbal, quando assinei o meu primeiro contrato de profissional de futebol na época 75/76, já como sénior. Ganhava 6 contos por mês e tinha o incentivo de ao fim de 10 jogos passar para 10 contos o que aconteceu passado pouco tempo.

 

Como é a sua casa? Como a define?

Mudei recentemente de casa e estamos bastante felizes. Parece ser a casa que sempre procurámos. É muito acolhedora, num prédio antigo e numa zona agradável.

 

O que pensa do Mundo?

O problema dos refugiados começou a despertar um novo pensamento. Por outro lado a questão do clima faz as pessoas pensarem no que têm que fazer para mudar obrigatoriamente. A guerra é preocupante. Parece que andamos num clima de paz podre. O presidente dos Estados Unidos não gere simpatia e pensa que o mundo gira à sua volta.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sim. Fui uma pessoa criada com princípios. Os tempos eram outros mas os meus pais transmitiram-me os valores e os princípios necessários. Profissionalmente também me sinto realizado, não tanto a nível desportivo, mas sim depois na banca.

 

Como se resolve a crise?

Se houvesse mais igualdade entre as pessoas e diminuindo a pobreza. Se não resolvesse pelo menos atenuava.

 

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Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Sou católico não praticante. De quando em vez vou à igreja. Para mim foi Deus, quem criou o Homem.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Alguma coisa era capaz de mudar. Teria, claramente, concluído o meu curso de economia.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente do Clube Ateneu Setubalense e estou reformado. Tenho dois objetivos para continuar a cumprir que têm a ver com a afirmação dos nossos filhos e o crescimento das minhas netas.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Bora bora

 

Um Livro:

Livros de Heinz Konsalik

 

Uma Música:

Musica no coração

 

Um Ídolo:

O meu pai

 

Um prato:

Bacalhau à Brás

 

Um conceito:

Respeito pelos outros

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 10:23

13
Dez 18

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"SE HOUVESSE DEUS ÉRAMOS TODOS IGUAIS"

 

Carlos Sousa é presidente do Clube Desportivo Recreativo e Cultural de Gâmbia. Nasceu em Setúbal, no antigo hospital da cidade mas viveu durante algum tempo em Moçambique. Começou a trabalhar no campo com apenas 11 anos de idade. Pensa que deveria existir mais paz e menos guerras no mundo e que o dinheiro deveria acabar para evitar a ganância desmedida. Sente-se um homem realizado porque atingiu as suas metas. Sobre a crise diz que a riqueza deveria ter melhor distribuição e pensa que se Deus existisse seríamos todos iguais. Gostava de ir a França e o seu ídolo é Eusébio.

 

Como foi a sua infância?

Sou natural de Setúbal. Nasci no antigo hospital da cidade. Morei no Sobralinho, até aos 19 anos. Aos 4 anos de idade e até aos 8 vivi em Moçambique, onde fiz a escola primária até à 3ª classe. Entretanto o meu pai apanhou uma doença e acabou por falecer. Eu tinha 11 anos e estudava já na escola comercial. Depois fui trabalhar. Nunca tive uma infância normal com muita brincadeira. Nunca passei fome.

 

O primeiro amor…

Foi pela minha mulher que é o meu único amor.

 

E o primeiro emprego…

Comecei a trabalhar no campo com 11 anos. Ganhava 7,5 escudos.

 

Como é a sua casa? Como a define?

Não é uma casa luxuosa. É uma casa simples e humilde. Temos esta casa à 40 anos. Fui eu que a fiz.

 

O que pensa do Mundo?

Deveria de haver mais paz e menos guerras. O ódio deveria também acabar. As pessoas deviam ser mais honestas. Sou há ignorância. O dinheiro devia acabar para não haver tanta ganância. As guerras são geradas pelos ódios e pelos grandes interesses. As grandes potências vendem armas. São tudo interesses.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sinto-me, porque trabalhei toda uma vida e construí uma família dentro daquilo que eram as minhas expectativas.

 

Como se resolve a crise?

Dando mais trabalho e distribuindo melhor a riqueza. Só desta forma se podem resolver as crises. Não há outra maneira.

 

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Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Eu acredito em Deus mas pelo que vejo no mundo chego à conclusão que não há Deus. Se houvesse Deus éramos todos iguais e não haviam raças nem credos.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Nada. Acho que fiz as coisas bem feitas. Nasci assim e assim hei-de morrer.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente do Clube Desportivo Recreativo e Cultural da Gâmbia e estou reformado. Quero manter-me ao serviço do movimento associativo.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

França

 

Um Livro:

Livro do mundial de futebol de 82

 

Uma Música:

Cante alentejano

 

Um Ídolo:

Eusébio              

 

Um prato:

Dobrada

 

Um conceito:

Solidariedade

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 10:01

12
Dez 18

Com o apoio do HOTEL DO SADO

 

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"A CRISE SEMPRE EXISTIU E SEMPRE EXISTIRÁ"

 

Júlio Gamito é presidente da União Desportiva das Pontes. É Alentejano do concelho de Aljustrel, mas está radicado na nossa cidade desde tenra idade. Teve uma infância feliz mas marcada por algumas dificuldades. Recorda-se do professor Monteiro, da escola dos Pinheirinhos. Esteve para ser profissional de futebol pelo Vitória de Setúbal. Tem a ideia de que o mundo é um lugar maravilhoso mas ao mesmo tempo de muita ingratidão. Para si a crise sempre existiu e sempre existirá. Gostava de ir ao Porto Santo e Cristiano Ronaldo é o seu ídolo.

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Corte Vicenteanos, concelho de Aljustrel. Fui para Lisboa com apenas 8 meses de idade e até aos 2 anos. Depois a minha família veio morar para o Alto da Guerra. Tive uma infância feliz mas difícil porque era apenas o meu pai sozinho a trabalhar e a ganhar. Foi muito sacrifício. Brincava de manhã até à noite. Era viciado pelo futebol. Na escola fui um bom aluno. Recordo-me do professor Monteiro, na escola dos Pinheirinhos.

 

O primeiro amor…

Lembro-me da primeira namorada mas o primeiro amor foi pela minha mulher.

 

E o primeiro emprego…

Na Junta Autónoma das Estradas. Era analista de laboratório. Não me recordo de quanto ganhava mas sei que era pouco. Tive para ser profissional de futebol no Vitória de Setúbal.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma boa casa, acolhedora, o meu porto de abrigo. Foi idealizada por mim e pela minha esposa e desenhada por uma arquiteta, mas todos os conceitos são nossos nos trabalhos interiores e exteriores.

 

O que pensa do Mundo?

É um local maravilhoso para se viver mas ao mesmo tempo é um sitio de ingratidão enquanto houverem pessoas muito ricas e outras muito pobres. Enquanto houver essa discrepância de valores dificilmente será um sítio igual para todos.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Humanamente sim. Tenho a família que idealizei. Profissionalmente estou numa boa empresa há 32 anos. Sinto-me bem.

 

Como se resolve a crise?

A crise sempre existiu e sempre existirá. Enquanto houver corrupção no nosso país haverá crise. Somos um país maravilhoso mas também de corruptos. Assim não se resolve a crise.

 

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Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Sou católico não praticante. O Homem já faz esta pergunta há muitos anos. Qualquer resposta não tem confirmação porque é impossível saber-se uma coisa destas.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Tentava aprender uma profissão que me desse mais estabilidade no futuro. Acho que cometi alguns excessos na juventude e que hoje não os cometeria.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente da União Desportiva das Pontes e trabalho na Navigator CA. Quero manter-me ligado ao movimento associativo onde já estou desde os 18 anos. Depois quero aproveitar a reforma da melhor forma possível.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Porto Santo

 

Um Livro:

Running (José Soares)

 

Uma Música:

Jardins proibidos (Paulo Gonzo)

 

Um Ídolo:

Cristiano Ronaldo

 

Um prato:

Arroz de tamboril

 

Um conceito:

Nunca deixes para amanhã o que podes fazer hoje

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 10:41

11
Dez 18

Com o apoio do HOTEL DO SADO

 

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"NÃO HÁ SOSSEGO ENTRE OS PAÍSES"

 

Eduardo Guilherme é presidente da Associação de Ciclismo do Distrito de Setúbal. Natural de Angra do Heroísmo está radicado na nossa cidade desde os seus 28 anos. A sua infância foi passada em Lisboa, onde frequentou a escola da Voz do Operário. Começou a trabalhar com apenas 10 anos numa corticeira da capital. Tem do mundo a ideia de que não há paz nem concórdia. Pensa que os países provocam as guerras entre si. Sente-se um homem realizado na vida porque sempre fez o que mais gostava. Apesar da idade continua ligado ao ciclismo e gostava de ver o aparecimento de gente nova que ocupasse o lugar que agora detém. Gostava, ainda, de visitar a sua terra natal.

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira. O meu pai era militar na grande guerra de 40. Com poucos meses de vida fui morar para Lisboa. Só vim para Setúbal com 28 anos de idade. Morávamos na Calçada da Ajuda, nas casas dos militares. Andei na escola da Voz do Operário, até à 4ª classe. Depois tive que ir trabalhar. Lembro-me das brincadeiras da época. Os miúdos conviviam bastante.

 

O primeiro amor…

Foi depois da escola mas não pegou. Mais tarde é que comecei a namorar mais a sério.

 

E o primeiro emprego…

Com 10 anos numa fábrica de cortiça em Lisboa, na Avenida da Índia. Ganhava 10 tostões por dia.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa normal, grande, acolhedora e bastante tranquila. Já lá moro há 40 anos. É o meu porto de abrigo.

 

O que pensa do Mundo?

Está numa grande crise. Não há sossego entre os países. Nunca gostei nem de guerras, nem de armas. A Rússia e a Ucrânia parecem estar a preparar-se para mais uma guerra. Não há paz no mundo. A própria Europa não tem paz. Veja-se o Brexit, que também não trás paz nem concórdia entre a União Europeia.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sim. Trabalhei no que gostei toda a vida e abracei a carreira do associativismo muito cedo. Penso que tenho cumprido em prol da sociedade. Sinto-me realizado.

 

Como se resolve a crise?

Se todos trabalhássemos em prol dela. Deveria existir mais gente a trabalhar e criar-se ainda mais postos de trabalho a bem da coletividade.

 

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Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Não tenho ideia formada sobre a religião. Sou cristão não praticante. Respeito todas as religiões. Essa pergunta é um mito que se criou. Quem escreveu a bíblia foi o Homem. Acho que alguma coisa existe para estarmos por aqui, talvez um ser superior, não sei.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Talvez me tivesse aplicado mais nos estudos mas naquela altura tinha que se trabalhar para sustentar a casa. Gostava de ter sido outra pessoa com mais estudos.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente da Associação de Ciclismo do Distrito de Setúbal e estou reformado. Todos os dias me dedico à associação. Pretendo manter-me ligado a ela mas gostava que aparecesse sangue novo para ocupar o meu lugar e desenvolver a modalidade.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Angra do Heroísmo

 

Um Livro:

Leio jornais

 

Uma Música:

Fado

 

Um Ídolo:

Rui Costa

 

Um prato:

Leitão à bairrada

 

Um conceito:

Transparência

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 09:35

10
Dez 18

Com o apoio do HOTEL DO SADO

 

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"A CRISE NÃO É MERAMENTE ECONÓMICA"

 

João Piedade é presidente do Clube de Futebol “Os Sadinos”. É natural de Grândola, mas veio para Setúbal com tenra idade e são de cá as memórias que lhe toldaram uma infância feliz e cheia de brincadeira. Começou a trabalhar como caddy no campo de golf de Tróia e hoje é advogado. Pensa que o mundo economicamente está contorcido e que a distribuição da riqueza entre ricos e pobres é cada vez mais acentuada. Acredita que a crise se resolve também aumentando o investimento público em várias áreas da vida social. Gosta de ler clássicos da literatura portuguesa e de ouvir Amália.

 

Como foi a sua infância?

Nasci em Grândola, mas vim para Setúbal com seis anos de idade. Frequentei a escola primária da Azeda de cima, da segunda à quarta classe. Tive que fazer a quarta classe duas vezes porque estava adiantado e com falta de idade para ir para o primeiro ano do ciclo preparatório. Lembro-me da minha professora que era a D. Odete Varela. Tenho um irmão mais novo. Morávamos na Rua das Dálias, na Azeda de baixo. Brincávamos de porta aberta e nas ruas com jogos tradicionais e jogávamos à bola.

 

O primeiro amor…

Não tenho grandes recordações. Deve ter sido na infância.

 

E o primeiro emprego…

Trabalhei como caddy no campo de golfe de Tróia, nos campeonatos da europa. Ganhava bem por causa das gorjetas. Também nos davam senhas de refeição.

 

Como é a sua casa? Como a define?

Vivo frente à antiga Universidade Moderna. É uma casa funcional, acolhedora e com bons acessos. Tem uma boa garagem. Tenho uma vida um bocado nómada mas ao fim de semana gosto de estar em casa.

 

O que pensa do Mundo?

Penso que economicamente está contorcido com os seus recursos naturalmente em risco. Há uma distribuição de riqueza cada vez mais acentuada entre ricos e pobres. Temos, por exemplo, o mar mediterrânico com muita riqueza e o norte de África, com muita pobreza.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Sim. Já fiz muita coisa. O meu lado social tem tido alguma prevalência sobre os critérios estritamente económicos e financeiros. A prova disso é o meu envolvimento no movimento associativo.

 

Como se resolve a crise?

A crise não é meramente económica mas também de valores, educativa, social e profissional e resolve-se criando mais postos de trabalho e aumentando o investimento publico na educação, saúde e no ambiente.

 

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Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Deus criou o Homem, mas o Homem molda Deus às suas necessidades e muitas vezes a crenças que não são meramente religiosas. O Homem refugia-se em Deus.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Penso que não mudaria nada a não ser ter experimentado áreas de formação científica antes de ter concluído o meu curso de direito.

 

Que faz no presente e que projetos para o futuro?

Sou presidente do Clube de Futebol “Os Sadinos” e sou advogado. Pretendo continuar ligado ao movimento associativo procurando transmitir esse dever que temos de proteger o associativismo e as suas relações humanas, culturais e desportivas dentro da sociedade sadina.




CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino:

Argentina e Uruguai

 

Um Livro:

Clássicos da literatura portuguesa

 

Uma Música:

O meu amor é marinheiro (Amália)

 

Um Ídolo:

Nelson Mandela

 

Um prato:

Bacalhau

 

Um conceito:

Nunca desistir

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 09:45

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