Entrevistas de JoaQuim Gouveia

09
Nov 11

CARLOS ALMEIDA

 “FUI PAI NO DIA EM QUE AS TORRES GÉMEAS CAÍRAM”

 

Carlos Almeida é um homem disponível para o seu partido. Autarca por convicção política tenta mudar o quotidiano das pessoas para melhor. Acha que a toga da advocacia consigo ficou bem representada e surpreende-se pelo facto do mundo parecer estar a recuar a meados do último século no que toca a justiça e igualdade. Foi o Homem quem criou Deus, porque tinha necessidade de explicar-se a si próprio. Admirador de Lenine, gosta de chocos com tinta e elege a Moita, como o seu principal destino. O amor só aconteceu aos vinte e cinco anos

 

Como foi a sua infância?

- Foi agradável. Proporcionou-me conhecer sítios distintos por força da profissão do meu pai que trabalhava na Fábrica de Cerâmica Lusitânia e deslocava-se para vários pontos do país. Assim passei pelo Barreiro, Moita, Portalegre e Setúbal. Foi uma infância muito viajada sempre a conhecer novos locais e gentes. No entanto aprendi a brincar sózinho pelo facto de morarmos nas imediações das fábricas e longe dos centros urbanos. Na escola era muito bom aluno e tanto assim era que da primária apenas eu e outro colega atingimos a formatura.

O primeiro amor...

- Não me deixava apaixonar. Talvez fosse uma defesa. O primeiro amor aconteceu muito tarde quando já tinha vinte e cinco anos. Foi o amor de um professor por uma aluna. Devo dizer que ela na altura já era maior de idade.

E o primeiro emprego…

- Com catorze anos como explicador de várias disciplinas. Talvez ganhasse à volta dos sete euros e meio na nova moeda.

Como é a sua casa, como a define?

- É o meu refúgio. É onde guardo maior parte dos meus quadros (sou artista plástico). Passo muitas horas no meu escritório pejado de livros e à volta do computador a desenvolver trabalho autárquico e de advocacia.

O que pensa do mundo?

- Penso que o mundo me surpreendeu muito nos últimos anos e pela negativa. É um mundo com muita desigualdade e injustiça, realidades que julgava ultrapassadas.  Parece que estamos nos medos do século vinte.

Como se ultrapassa a crise?

- Da mesma maneira que ela foi ultrapassada em meados do século passado, pela luta dos povos, pela sua emancipação, dignidade e direitos.

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

- Sim. Consegui descobrir em mim a capacidade para ser um bom pedagogo. Por outro lado sou um advogado que deixou a toga bem representada e como eleito tenho feito o possível para tentar transformar o quotidiano das pessoas, para melhor. Como homem fui pai no dia em que caíram as torres gémeas na América. Paradoxalmente esse foi um dia muito feliz para mim.

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

- Para mim foi o Homem quem criou Deus, porque lhe fazia muita falta para fornecer uma explicação lógica para a sua ignorância em relação à sua própria existência e, mais tarde, para legitimar o exercício do poder. 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

- Teria procurado ter concluído a minha formação académica mais cedo.

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

 - Sou presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, em Setúbal e acessor do grupo parlamentar do Partido Comunista, na Assembleia da República. De futuro continuo disponível para o meu partido até achar que tenho condições para corresponder.

 

CAIXA ALTA

 

Um destino

- Moita

Um livro

- A palavra

Uma música

- Grândola vila morena

Um ídolo

- Lenine

Um prato

- Chocos com tinta

Um conceito

 - Quem sabe faz a hora não espera acontecer

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por Joaquim Gouveia às 10:42

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