LUIS GONELHA
“QUERO DEVOLVER NOTORIEDADE A SETÚBAL”
Luis Gonelha é o responsável máximo da concelhia de Setúbal do Partido Socialista. Foi deputado na Assembleia da República, seguindo, quase as pisadas do pai, Maldonado Gonelha, figura importante entre os socialistas. Ateu convicto acha que a criação do Homem se deveu a evolução genética. Para si falta solidariedade entre os líderes mundiais e é povo quem mais sofre com esse facto. Quer devolver notoriedade a Setúbal, cidade que elege como destino preferido. Não dispensa a sardinha assada e tem no guarda-redes Bento, o seu maior ídolo
Como foi a sua infância?
- Foi feliz com muita brincadeira de rua como a bola, o pião, o prego, o berlinde, eu sei lá. Fui criado no bairro dos Pinheirinhos, em Setúbal. Tinha muitos amigos. Ainda hoje nos reunimos pelo Natal, em almoço de confraternização. Na escola era um aluno razoável, um pouco irrequieto. Tinha uma boa vida familiar. O meu pai foi ministro por duas vezes e deputado na Assembleia da República, tudo após o vinte e cinco de Abril. A minha mãe cuidava de mim e do meu irmão. Acho que tive uma infância própria de quem mora num bairro de cidade.
O primeiro amor...
- Talvez com catorze anos. Era uma vizinha muita gira com quem brincava. Mas nunca namorámos. Eu gostava bastante dela. Hoje somos bons amigos.
E o primeiro emprego…
- Nas Minas de Aljustrel, como engenheiro estagiário na produção de mina. Andava lá bem no fundo da mina. Ganhava cerca de cento e cinquenta contos (setecentos e cinquenta euros).
Como é a sua casa, como a define?
- É uma vivenda familiar com piscina e barbecue para conviver com os amigos. É uma casa muito boa para os nossos filhos. O sitio é muito calmo e tranquilo que nos dá um enorme prazer.
O que pensa do mundo?
- Olho com alguma apreensão para o mundo actual não só pela crise económica e financeira mas também pelo crescendo de falta de valores. Falta solidariedade entre os líderes mundiais. Hoje o centro das atenções deslocou-se para a parte financeira. Nota-se uma grande falta de humanismo.
Como se ultrapassa a crise?
- De duas formas: primeiro centrar novamente o ser humano nas prioridades políticas de governação. Depois a política tem que sobrepôr-se novamente a uma entidade abstracta que é a economia.
Sente-se realizado humana e profissionalmente?
- Só profissionalmente. Ainda há um longo caminho que a sociedade tem que percorrer e eu quero contribuir para isso. Portugal, ainda tem muita pobreza e enquanto assim for não nos podemos sentir realizados humanamente.
Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?
- Não acredito num ente superior, sou ateu. O Homem apareceu no planeta Terra, pela sua evolução genética. Deus é, apenas, uma criação do Homem.
Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?
- Nunca fiz nada de que me pudesse arrepender. Talvez tivesse evitado algumas discussões sobre divergências fúteis que nunca levam a nada
Que faz no presente e que projectos para o futuro?
- Depois da minha passagem como deputado do Partido Socialista, na Assembleia da República regressei às Estradas de Portugal, como quadro técnico superior. Sou presidente da concelhia de Setúbal do PS. O meu grande projecto de futuro passa por tentar que a gestão política de Setúbal, seja diferente e que devolva ao concelho a notoriedade que outrora já teve.
CAIXA ALTA
Um destino
- Setúbal
Um livro
- O monge e o venerável
Uma música
- We are de champions
Um ídolo
- Bento
Um prato
- Sardinha assada
Um conceito
- Humildade
-