“ACHO QUE NUNCA ESTAREI REALIZADO”
Álvaro Andrade é daqueles setubalenses que sente nuito orgulho na sua cidade e, por isso, canta-a. É membro do grupo de música popular setubalense “Os Massacotes” e quer continuar a entoar a cidade vida fora. É professor de restauração e bebidas e tem do mundo uma imagem de beleza alertando que devemos aproveitar a nossa passagem por ele. Viveu uma infância feliz nos tempos em que as brincadeiras eram outras e os amigos para toda a vida
Como foi a sua infância?
Foi muito feliz não só por ter nascido em Setúbal, mas também porque na altura a infância era vivida de outra maneira, com muitos amigos e muita brincadeira. Nasci na Rua Frei Agostinho da Cruz, perto do famoso Bar Caracol que, curiosamente abriu portas no dia do meu nascimento. Frequentei a escola primária dos Motoristas, na Praça do Bocage
O primeiro amor…
Foi ótimo. Aos 17 anos com a Helena Andrade, que é a minha mulher
E o primeiro emprego…
Com o meu pai no Mercado do Livramento. Tinhamos lá duas bancas de peixe. Ajudava-o e ganhava o que ele me queria dar
Como é a sua casa? Como a define?
Um espaço confortável e alegre onde gosto muito de estar. É a minha estabilidade. Tem uma decoração suave
O que pensa do mundo?
O mundo é um local bastante belo que devemos saber aproveitar nesta nossa passagem por ele. Hoje em dia as coisas estão diferentes e o mundo está muito global. As pessoas estão mais distantes, há menos humanismo
Sente-se realizado humana e profissionalmente?
Não. Acho que nunca estarei realizado. A busca é constante. A perfeição não existe, só o caminho
Como se resolve a crise?
Com trabalho e honestidade e isso deve partir de quem nos governa. Esse é o maior exemplo que eles nos devem dar para que o país seja melhor, mais honesto e solidário sem tantas clivagens
Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?
Foi o Homem quem criou Deus. Acredito muito no Homem. Poderá haver alguma coisa que nos dá alguns sinais mas cada um deve acreditar no que quer
Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?
Se tivesse formação musical poderia ter seguido o caminho do canto e até do teatro, O meu pai cantava o fado e acho que herdei dele este gosto por cantar
Que faz no presente e que projectos para o futuro?
Sou professor na área da restauração e bebidas na Escola de Hotelaria de Setúbal. Para além disso sou membro do grupo de música popular setubalense “Os Massacotes”. No futuro gostava de ter muita saúde e continuar a cantar Setúbal
CAIXA DAS PALAVRAS
Um destino
Florença
Um livro
Jangada de pedra (José Saramago)
Uma música
Setúbal minha raínha (Manuel Carlos)
Um ídolo
O meu pai
Um prato
Ameijoas à ginja (já não se fazem...)
Um conceito
Felicidade