Entrevistas de JoaQuim Gouveia

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Fev 14

 

“O MELHOR DO MUNDO É A SUA DIVERSIDADE”

 

Amílcar Malhó é um aldeão da Quinta do Anjo, onde viveu toda a sua meninice e juventude. Em Setúbal frequentou a Escola Comercial, jogou futebol no Vitória e conheceu o seu primeiro emprego aos 13 anos, numa loja de tintas. Para si o melhor do mundo é a diversidade e o pior o acumular de riquezas. Acredita que o Homem criou Deus, pela necessidade de recorrer a algo quando não há mais solução. A crise é feita pelos que fecham as portas da vida digna. Não se sente ainda um homem totalmente realizado na vida. Há ainda vários caminhos a percorrer. Está ligado à área da gastronomia e vinhos

 

Como foi a sua infância?

Em Quinta do Anjo, onde frequentei a escola que tinha um extenso pinhal anexo, que deu lugar a urbanizações. O meu pai era um pequeno empreiteiro de pinturas de construção civil e a minha mãe fazia trabalhos de costura.

Sempre fui um aluno mais «desenrascado» que aplicado. Como dizia a professora Clélia, vivia com a cabeça na lua.

Lembro-me que na altura, ir a Setúbal era uma viagem entusiasmante e se tivesse que ir a Lisboa, não dormia na noite anterior.

Posso dizer que apesar das dificuldades, tive uma infância feliz.

 

O primeiro amor…

Sempre me apaixonei com facilidade e como todos os adolescentes, a cada paixão chamava amor. Tive muitos primeiros amores e tenho atualmente um grande amor.

 

E o primeiro emprego…

Foi numa loja de tintas para construção civil na Praça do Brasil, aos 13 anos. Vinha de Quinta do Anjo. de manhã, e depois do fecho da loja ia treinar futebol no Vitória, atravessava o Bonfim para ir às aulas noturnas na Escola Comercial e pelas 23.30 regressava a casa.

 

Como é a sua casa? Como a define?

Onde passo a maior parte do tempo pois tenho lá um escritório. É uma casa acolhedora, com um jardim onde, sobretudo no Verão, passo momentos muito agradáveis à volta da mesa.

 

O que pensa do mundo?

O melhor do mundo é a sua diversidade. O pior do mundo é a semelhança entre os maus comportamentos humanos, muito em particular por parte de quem só pensa no lucro, no acumular de riqueza.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Penso que nunca me sentirei totalmente realizado apesar de já ter alcançado algumas metas dos percursos definidos. Mas há outros caminhos que ainda quero percorrer.

 

Como se resolve a crise?

As crises são ciclicas e provocadas e alimentadas por quem sempre delas beneficia. Os tais que dizem que os períodos de crise são «janelas de oportunidade» mas que contribuem para que se fechem «portas de vida digna» para muitos milhares de pessoas.

Podemos e devemos lutar, talvez com o voto, para mudar temporariamente o curso da nossa vida coletiva, mas sempre que isso lhes seja favorável, são os poderosos que decidem o caminho.

 

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

O homem criou Deus por necessitar de algo em que acreditar, a quem recorrer quando pensa não ter outra solução. Mesmo os ateus dizem muitas vezes “ai valha-me Deus”. O homem criou Deus e as suas doutrinas, mas não as respeita.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Se isso fosse possível seria tão dificil analisar o que mudaria ou não, que o melhor seria deixar como está.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Dedico-me quase exclusivamente à área de gastronomia e vinhos, que é muito, mas muito mais, que comer e beber. Pesquiso, escrevo, participo em palestras, concursos e outras atividades.

No futuro, quero continuar a recolher conhecimentos e, sobretudo, ter oportunidade para os partilhar.

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Timor, onde estive em 1975.

 

Um livro

Capitães da Areia (Jorge Amado)

 

Uma música

Quase todas de Patxi Andion

 

Um ídolo

Não tenho

 

Um prato

Uma boa cabeça de peixe cozida com legumes

 

Um conceito

Vive e deixa viver!

publicado por Joaquim Gouveia às 08:58

Caro Joaquim Gouveia,

Acha que consegue passar esta mensagem a Amilcar Malhó?
Obrigado.

Caro Amilcar Malhó,
Estou a contactá-lo, pois temos em comum, um apelido, que é muito raro.
Percebi pelo seu historial, que vem da quinta do Anjo. A familia da parte da minha mãe, que é Malhó, são de Santo Amaro de Alcantara. E eu nasci em Lisboa tenho 51 anos e moro desde sempre na Parede. Será que temos alguma afinidade antiga?
Gostava de perceber até onde vão as raízes, para ver se por acaso se cruzam com as minhas, tendo em conta o apelido que temos.
Obrigado.
O meu contacto: josemmsimoes@yahoo.com
JS

José Manuel Malhó Simões a 11 de Agosto de 2014 às 16:41

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