Com o apoio “HOTEL DO SADO”
“É BOM TER A OPORTUNIDADE DE VIR AO MUNDO”
Inês Duarte é uma das fadistas mais conhecidas da nossa região. Iniciou a sua atividade no fado ainda muito jovem e o primeiro dinheiro que ganhou foi a cantar, tanto no país como no estrangeiro. Teve unma infância feliz e reconhece na sua casa o seu porto de abrigo, que tem o seu cheiro e os seus retratos. Gosta da natureza, das paisagens e das culturas embora saiba que o mundo por vezes tem coisas menos agradáveis. É crente em Deus, mas não sabe se Este criou o Homem, ou se foi o contrário. Para resolver a crise é necessário repensarmos a nossa maneira de viver e investir. Para a jovem fadista o importante é aprender com todas as experiências que a vida nos proporciona. Adora sopa e Miami é o seu destino de eleição
Como foi a sua infância?
Foi feliz. Nasci no hospital de Setúbal, em 1983. Andei na escola primária das Areias, com o professor Agostinho. Tenho uma irmã mais velha. Tinha muitas amigas com quem brincava bastante na rua perto do café da minha avó. Tenho a ideia de que os meus pais sempre nos proporcionaram ótimos momentos em família.
O primeiro amor…
Tinha 14 anos. Foi uma paixoneta. Comecei a perceber que existiam outros sentimentos e que o coração batia um pouco mais depressa.
E o primeiro emprego…
O primeiro dinheiro que ganhei foi já como fadista. Também a primeira vez que fui ao estrangeiro cantar ganhei um cachet.
Como é a sua casa? Como a define?
É uma moradia bastante acolhedora. É o meu porto de abrigo. Quando regresso de férias e entro em casa é como que um recomeço. Tem o nosso cheiro e a disposição das coisas como nós gostamos. Tem os nossos retratos.
O que pensa do mundo?
Tanta coisa... Tenho uma ideia positiva do mundo pelas experiências que nos proporciona. Tem coisas muito boas e outras menos boas. Gosto da natureza, das paisagens, das culturas e da convivência do ser humano. Por outro lado não gosto do egoísmo, da ganância e do egocentrismo. È bom ter a oportunidade de vir ao mundo.
Sente-se realizado humana e profissionalmente?
Sinto-me bem. Tenho tido a oportunidade de fazer aquilo de que gosto e isso é meio caminho andado. A partir daí tentamos superar-nos e aprender em todas as áreas. É uma questão de desafio pessoal.
Como se resolve a crise?
Cada um tem os seus próprios problemas e tem que perceber a crise que há em si. Há várias crises. Temos sempre que ir ao fundo da questão. Estamos a pagar uma fatura retardada, que não é de agora. Esta crise é fruto de uma má gestão. Temos que repensar a nossa maneira de viver e investir. Temos que reativar a economia.
Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?
Não sei. É como a história do ovo e da galinha. Sou católica, tenho fé e pratico o catolicismo que é fazer o bem, como ajudar o próximo. Acredito em Deus, que muitas vezes é a nossa bóia de salvação. Mas não sei quem criou quem.
Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?
Tudo é um ensinamento para nós. Não posso apagar o que está feito pelo que não mudaria nada de significativo. Quero aprender com todas as experiências que me forem proporcionadas poderando sempre os aspetos positivos e negativos.
Que faz no presente e que projectos para o futuro?
Sou fadista profissional e trabalho em arte floral na loja da minha mãe (Onda de Flores), trabalho do qual gosto muito. Quero continuar a cantar e a trabalhar ligada ao ramo das flores conciliando estas duas paixões e tudo o que possa projetar como ser mãe, ter uma família e continuar a ser feliz.
CAIXA DAS PALAVRAS
Um destino
Miami
Um livro
Lua de Joana
Uma música
Um Homem na cidade (Carlos do carmo)
Um ídolo
A minha mãe
Um prato
Sopa
Um conceito
Viver e ser feliz
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