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"A CRISE NÃO É MERAMENTE ECONÓMICA"
João Piedade é presidente do Clube de Futebol “Os Sadinos”. É natural de Grândola, mas veio para Setúbal com tenra idade e são de cá as memórias que lhe toldaram uma infância feliz e cheia de brincadeira. Começou a trabalhar como caddy no campo de golf de Tróia e hoje é advogado. Pensa que o mundo economicamente está contorcido e que a distribuição da riqueza entre ricos e pobres é cada vez mais acentuada. Acredita que a crise se resolve também aumentando o investimento público em várias áreas da vida social. Gosta de ler clássicos da literatura portuguesa e de ouvir Amália.
Como foi a sua infância?
Nasci em Grândola, mas vim para Setúbal com seis anos de idade. Frequentei a escola primária da Azeda de cima, da segunda à quarta classe. Tive que fazer a quarta classe duas vezes porque estava adiantado e com falta de idade para ir para o primeiro ano do ciclo preparatório. Lembro-me da minha professora que era a D. Odete Varela. Tenho um irmão mais novo. Morávamos na Rua das Dálias, na Azeda de baixo. Brincávamos de porta aberta e nas ruas com jogos tradicionais e jogávamos à bola.
O primeiro amor…
Não tenho grandes recordações. Deve ter sido na infância.
E o primeiro emprego…
Trabalhei como caddy no campo de golfe de Tróia, nos campeonatos da europa. Ganhava bem por causa das gorjetas. Também nos davam senhas de refeição.
Como é a sua casa? Como a define?
Vivo frente à antiga Universidade Moderna. É uma casa funcional, acolhedora e com bons acessos. Tem uma boa garagem. Tenho uma vida um bocado nómada mas ao fim de semana gosto de estar em casa.
O que pensa do Mundo?
Penso que economicamente está contorcido com os seus recursos naturalmente em risco. Há uma distribuição de riqueza cada vez mais acentuada entre ricos e pobres. Temos, por exemplo, o mar mediterrânico com muita riqueza e o norte de África, com muita pobreza.
Sente-se realizado humana e profissionalmente?
Sim. Já fiz muita coisa. O meu lado social tem tido alguma prevalência sobre os critérios estritamente económicos e financeiros. A prova disso é o meu envolvimento no movimento associativo.
Como se resolve a crise?
A crise não é meramente económica mas também de valores, educativa, social e profissional e resolve-se criando mais postos de trabalho e aumentando o investimento publico na educação, saúde e no ambiente.
Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?
Deus criou o Homem, mas o Homem molda Deus às suas necessidades e muitas vezes a crenças que não são meramente religiosas. O Homem refugia-se em Deus.
Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?
Penso que não mudaria nada a não ser ter experimentado áreas de formação científica antes de ter concluído o meu curso de direito.
Que faz no presente e que projetos para o futuro?
Sou presidente do Clube de Futebol “Os Sadinos” e sou advogado. Pretendo continuar ligado ao movimento associativo procurando transmitir esse dever que temos de proteger o associativismo e as suas relações humanas, culturais e desportivas dentro da sociedade sadina.
CAIXA DAS PALAVRAS
Um destino:
Argentina e Uruguai
Um Livro:
Clássicos da literatura portuguesa
Uma Música:
O meu amor é marinheiro (Amália)
Um Ídolo:
Nelson Mandela
Um prato:
Bacalhau
Um conceito:
Nunca desistir