Entrevistas de JoaQuim Gouveia

23
Jan 14

 

 

Com o apoio: “HOTEL DO SADO”

 

“DEUS NÃO TERIA FEITO TANTAS ASNEIRAS...”

 

Jorge Santos é uma daquelas pessoas que já experimentaram diversas áreas de atividade embora o jornalismo seja uma paixão que remonta ao seu primeiro emprego no jornal “O Setubalense”, há 49 anos. Com três dias de vida andou a boiar na casa dos seus pais por força de uma cheia que levou o Sado, a inundar as Praias-Sado. Pensa que o mundo é uma esfera que tanto nos coloca em cima, como em baixo embora, na prespectiva do Homem, este fique sempre por cima. Para resolver a crise é necessário mudar o Governo e os políticos e ter um grande controlo sobre quem arrecada muito. Adora dobrada com feijão branco e o seu livro de eleição dá pelo título “Todos os nomes”, com assinatura de José Saramago

 

 

Como foi a sua infância?

Nasci nas Praias-Sado. Com três dias de vida andei a boiar nas águas do Sado, por causa de uma cheia que inundou a casa dos meus pais. Vim para Setúbal, com dois anos e meio, para a zona da Estrada de Santas. Voltava às Praias, nas férias. Andei na chamada “escola dos vinte e cinco tostões por semana”, que é hoje equivalente à pré-primária. . Depois fui para a primária da Fonte do Lavra. Havia muita brincadeira nos quintais e tinha muitos amigos  com quem ainda hoje privo.

 

O primeiro amor…

Tive vários amores de Liceu, mas nunca namorei enquanto estudei. O primeiro amor aconteceu aos 17 anos, com uma rapariga da zona onde morava e que me fez disparar o coração-

 

E o primeiro emprego…

No jornal “O Setubalense”, na Redação, como jornalista. Ganhava 600 escudos por mês.

 

Como é a sua casa? Como a define?

É uma casa agradável com várias janelas voltadas a sul e uma a norte para renovar o ar. Gosto muito de estar sózinho em casa. Sou um homem que pensa bastante e que prefere estar só e concentrado nos meus pensamentos.

 

O que pensa do mundo?

Tenho muito respeito por todos os povos e suas culturas. O mundo é uma esfera que nos colaca ora em cima, ora em baixo. Na nossa prespectiva nós estamos sempre em cima. O mundo é o que nós temos e o que nós fazemos.

 

Sente-se realizado humana e profissionalmente?

Nunca fui de sonhos nem de grandes idealismos. Sempre fiz o que gostava de fazer e não me sinto frustrado. Tenho experiências em diversos ramos de atividades profissionais e todas elas me deram prazer e dinheiro.

 

Como se resolve a crise?

Mudando de Governo e de políticos. Temos que ter atenção a quem ganha pouco, muita atenção a quem ganha mais um pouco e um grande controlo sobre quem arrecada muito.

 

 

Deus criou o Homem, ou foi o Homem quem criou Deus?

Acho que foi o Homem quem criou Deus. Sou ateu graças a Deus... Admitindo que foi Deus, quem criou isto penso que não teria feito tantas asneiras porque dizem que ele é justo e honesto.

 

Se pudesse voltar atrás o que mudaria na sua vida?

Tinha-me recusado ao problema de saúde que tive. De resto não mudaria nada.

 

Que faz no presente e que projectos para o futuro?

Estou aposentado. Tenho alguns convites dentro da área do jornalismo e pretendo editar dois livro: um sobre as bebedeiras e festas no tempo da guerra colonial e outro sobre o problema de saúde que atingiram a mim e ao meu filho.

 

 

CAIXA DAS PALAVRAS

 

Um destino

Angola

 

Um livro

Todos os nomes (José Saramago)

 

Uma música

Mozart

 

Um ídolo

Não tenho

 

Um prato

Dobrada com feijão branco

 

Um conceito

Gosto muito do futuro porque é aí que vou passar os meus últim

publicado por Joaquim Gouveia às 09:02

Janeiro 2014
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